Publicidade
SÃO PAULO – A falta de herdeiros homens na família imperial japonesa pode levar a um grande passo do sistema monárquico do Japão rumo ao novo século: governantes estão estudando a possibilidade de permitir que o trono seja assumido por mulheres.
Os herdeiros da família real japonesa atualmente são: o príncipe da Coroa Naruhito, sua filha de três anos e sua irmã, a princesa Aiko, que ainda não tem filhos. Destes, apenas Naruhito se encaixa no perfil de sucessores ao trono.
Segundo a Lei da Casa Imperial, sancionada em 1947, apenas homens, descentes da família imperial por parte de pai, podem subir ao trono. O problema é que desde o nascimento de Naruhito, em 1965, não nasceram mais homens na família.
Continua depois da publicidade
Para agravar o quadro, as chances de o príncipe da Coroa ter mais filhos são mínimas, e sua irmã não poderá gerar um bebê elegível, já que se casou com um plebeu que não faz parte da linhagem real.
Entre as alternativas, mulheres no trono
Dessa forma, um grupo de governantes do Japão apresentou algumas alternativas para se contornar a falta de herdeiros. Uma delas é trazer de volta a aristocracia que foi banida com a reforma pós-guerra, através de adoção ou casamentos.
Porém, a que mais chamou a atenção foi a possibilidade de se mudar a Lei da Casa Imperial e permitir que mulheres reinem no Japão. O grupo concluiu em março que não há base histórica para impedir mulheres de ascender ao trono.
O Japão já foi dirigido por oito mulheres desde a lendária coroação do primeiro imperador do país, mas não tem uma imperatriz desde Gosakuramachi, que assumiu em 1763 e abdicou em 1771.
O presidente do grupo, Yoshikawa, disse que entregarão ao primeiro-ministro, Junichiro Koizumi, uma nota final ainda neste ano. Além disso, pretendem colocar as opções na internet para verificar a opinião pública. Segundo pesquisas, a população se mostrou favorável, assim como o primeiro-ministro, que já se posicionou a favor da mudança.