Janot diz que “jamais” viu esquema de corrupção como o investigado na Petrobras

Ao ser questionado pelo senador Álvaro Dias sobre a existência de um "acordão" para que ele fosse reconduzido ao cargo de procurador, Janot negou veementemente, chamou a hipótese de um "factoide" e refutou a hipótese de qualquer acordo que possa interferir nas investigações

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O plenário da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado realiza a sabatina para a recondução do procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao cargo por mais dois anos. Questionamentos ligados à Lava Jato devem dominar a audiência, presidida por José Maranhão (PMDB-PB).

Janot foi indicado por Dilma Rousseff para ser reconduzido ao cargo de procurador geral; seu nome ainda deve ser chancelado pelo Senado nesta quarta-feira. O procurador-geral da República começou a sua fala destacando que assumiu compromisso de combate sem trégua à corrupção. “Não podemos menosprezar os fatores que ameaçam obstruir o diálogo institucional. O Ministério Público não pode sonegar à sociedade informações sobre atos profundamente ilícitos”.

Ao falar sobre a Operação Lava Jato, Janot afirmou que a Petrobras foi e é alvo de mega esquema de corrupção, e que chegou a “roubar o nosso orgulho”. “A Petrobras foi e é alvo de um mega esquema de corrupção, um enorme esquema de corrupção”, disse a senadores, “Jamais vi algo precedente”, acrescentou.

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Ao ser questionado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre a existência de um “acordão” para que ele fosse reconduzido ao cargo de procurador, Janot negou veementemente, chamou a hipótese de um “factoide” e refutou a hipótese de qualquer acordo que possa interferir nas investigações. 

“A essa altura, não deixaria os trilhos técnicos do MP para me embrenhar na política. Eu penso, ajo e atuo como Ministério Público. Não há qualquer possibilidade de acordão”, diz Janot. Além disso, ele afirmou que “teria que combinar com os russos [ou com os outros senadores]”, o que faz o acordão uma “ilação impossível “.

Em tom de desabafo, o procurador-geral da República disse que poucas pessoas podem ter a real noção do impacto pessoal que os últimos dois anos trouxeram na vida dele e que a família dele sofre as penosas consequências dele estar no exercício do cargo de chefe do MPU.

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Cada senador inscrito tem dez minutos para fazer perguntas. Para réplica e tréplica, são cinco minutos. Entre os inscritos, está o senador Fernando Collor (PTB-AL), denunciado por Janot. Desde que começou a ser investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Collor fez diversos ataques ao procurador-geral da República. Na última segunda feira (24), após ter sido denunciado por corrupção ao Supremo Tribunal Federal, o senador voltou a acusar Janot de persegui-lo.

Da tribuna do Senado, Collor chamou o procurador-geral de “fascista” e “sujeitinho à toa” e questionou que ele tenha condições morais de comandar o Ministério Público. Collor foi o primeiro a chegar à comissão e está sentado na primeira fila, em frente ao procurador-geral.

Caso aprovado pela CCJ, o nome de Janot passará por nova votação ainda hoje no plenário da Casa, onde precisará do apoio de, pelo menos, 41 dos 81 senadores. Em ambos os casos, a votação é secreta.

(Com Agência Brasil)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.