Janot de olho em Temer, protesto contra Meirelles e “novela” PSDB: as 6 notícias políticas de hoje

Enquanto Temer já se prepara para o pós-TSE, o PSDB segue dividido sobre apoiar o governo, mas parece decidido em seguir com as reformas

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Com a expectativa de um fim no julgamento da chapa Dilma-Temer nesta sexta-feira (9), o mercado já começa a voltar suas atenções para os próximos passos e o noticiário político de hoje tem uma série de novidades.

Entre os destaques, o PSDB segue em uma briga interna sobre um possível desembarque do governo, enquanto o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures – aquele da mala – prestou depoimento à Polícia Federal.

Confira as principais notícias políticas desta sexta:

Continua depois da publicidade

Temer na mira da PGR
O presidente Michel Temer e seus aliados já parecem considerar ganha a batalha no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com um placar de 4×3 contra sua cassação. Mas agora o peemedebista já se prepara para uma nova batalha: a provável denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, aliados de Janot afirmam que o Ministério Público Federal está focado em construir uma denúncia consistente o suficiente para acusar o presidente de atuar como “chefe de organização criminosa”.

Do outro lado, aliados do peemedebista dizem estarem preparados para uma escalada no tom da PGR e se armam para apontar suposta “violência processual” de Janot, criticando seu “rito” e sua “pressa”. Segundo o jornal, para se articular sua defesa, Temer teria decidido adiar a votação das reformas da Previdência e trabalhista (veja mais clicando aqui).

Continua depois da publicidade

PSDB vai desembarcar?
Enquanto isso, segue a novela sobre a reunião que o PSDB fará para definir se desembarca do governo ou não. Em entrevista para a Folha de S. Paulo, o  senador tucano Ricardo Ferraço (PSDB-ES) disse que a sigla romperá com o governo “mas seguirá votando a favor e liderando as reformas, que não são de Temer, e sim da sociedade”. Em outra reportagem, o jornal destaca que mais de 20 deputados do PSDB assinaram carta endereçada ao presidente da legenda, Tasso Jereissati (CE), com posição contrária à saída dos tucanos do governo.

Após adiar a decisão que ocorreria até hoje, a Folha informa que alguns tucanos querem que a reunião marcada para segunda-feira (12) não seja deliberativa. O jornal disse ainda que a cúpula do partido encomendou pesquisa sobre a permanência de Temer no Planalto. O levantamento, feito na semana passada, com 2.000 pessoas, aponta que 30% são a favor da cassação da chapa pelo TSE.

Janot perde a linha
Na última quarta-feira (7), o jornal O Globo informou que Rodrigo Janot solicitou a Edson Fachin a colocação de microfones de escutas em todos os ambientes do gabinete de Michel Temer e a instalação de grampos nos telefones celulares e fixos do presidente. O ministro teria negado.

Publicidade

A Folha entrou em contato com o procurador-geral da República para saber se a informação procedia e este saiu do sério. “Você acha que eu sou cretino? Eu tenho cara de cretino de fazer uma coisa dessas? A pergunta me ofende”, disse à coluna de Mônica Bergamo. Fachin, por outro lado, disse apenas “bom trabalho. Bom trabalho”, e desconversou, sorrindo.

Depoimento do “deputado da mala”
Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado (PMDB/PR) e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, escolheu o silêncio como estratégia em seu primeiro depoimento à Polícia Federal.

O “homem da mala” foi interrogado pela PF, mas preferiu ficar calado. Não respondeu nenhuma pergunta dos federais no inquérito da Operação Patmos, que mira Temer e ele próprio. Loures foi preso sábado passado por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

Continua depois da publicidade

Meirelles alvo de protesto
Alguns minutos após o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, iniciar sua participação em um seminário sobre América Latina, em Paris, enfatizando o trabalho das reformas no País, ele foi interrompido por gritos, em português, de uma manifestante da plateia: “Golpista! Golpista! Corrupto! Você tem dinheiro na Suíça!.”

Ela não parou também por alguns minutos até que foi retirada do local por seguranças do evento: “Vai ser derrubado seu governo no Brasil”, continuou, em protesto. Enquanto a manifestante ainda gritava no meio da plateia, Meirelles insistia em continuar seu discurso sobre as reformas, no palco do evento. Ao ser retirada do local, a manifestante se apresentou ao Broadcast como brasileira e disse que seu nome era Josette de Lima.

Meirelles fez sua apresentação em “portunhol”, atendendo a pedidos da organização, já que a maioria dos participantes é de países de língua espanhola. Mesmo antes do episódio, o ministro já consultava periodicamente e escrevia em seu telefone celular.

Publicidade

Caso do avião
A “novela” do avião da JBS usado pelo presidente Michel Temer continua rendendo. Desta vez o jornal O Globo conversou com o piloto daquele voo e ele confirmou a versão dada por Joesley Batista à PGR sobre o empréstimo do Learjet PR-JBS ao político, em janeiro de 2011.

José de Oliveira Cerqueira disse ter entregado pessoalmente a Marcela Temer um buquê de flores em sua chegada à aeronave. “Mandaram entregar as flores no avião. A própria empresa me orientou a informar que quem enviou foi dona Flora”, disse o piloto, em referência à mãe de Joesley. Temer confirma que fez a viagem, mas diz não saber quem era o proprietário da aeronave.

Tópicos relacionados

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.