Jabuticaba? Economist destaca por que as eleições no Brasil são quase “imprevisíveis”

Os três métodos de previsão mais conhecidos enfrentam problemas no Brasil; o momento, entretanto, é mais favorável para Dilma Rousseff

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os modelos estatísticos ganham um protagonismo à parte nas eleições de 2014. Enquanto nas eleições dos Estados Unidos de 2012, o modelo estatístico de Nate Silver produziu previsões estranhamente precisas de uma vitória sólida para Barack Obama, as estatísticas mais precisas continuam escassas no Brasil, que vai às urnas no primeiro turno em 5 de outubro, destaca a revista The Economist desta semana.

E uma das surpresas foi Dilma Rousseff, que abriu espaço frente Marina Silva (PSB) de seis a oito pontos percentuais, enquanto muitos já viam que a ex-senadora acreana poderia despontar.

A revista ressalta que há três tipos de modelos estatísticos principais. O primeiro, que levou fama por conta de Nate Silver, leva em conta as pesquisas divulgadas a cada semana, agregando-o e balanceando para chegar a uma previsão. 

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O outro tipo de pesquisa olha para “fundamentos”, que significa olhar para taxas de desemprego e aprovação governamental e de que forma elas influenciaram as eleições passadas. Uma abordagem híbrida equilibra os dois métodos, aumentando o peso dos dados eleitorais à medida que a eleição se aproxima. 

E, de acordo com a empresa de pesquisa Ipsos, todos os métodos enfrentam alguma dificuldade no Brasil. Como as eleições diretas para presidente foram introduzidas no Brasil somente em 1989, os modelos de fundamentos têm apenas seis “históricos” para analisar, contra 17 nos Estados Unidos (onde as pesquisas de opinião precisos começaram em 1948).

O método de olhar para os dados também é limitado pela escassez de dados. Menos de 40 pesquisas nacionais utilizáveis ??foram publicadas no Brasil até agora, diz Young; nos EUA, Silver tinha pelo menos 4 mil dados em 2012. Pela sua natureza, os modelos híbridos têm problemas. 

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Mas, nem por isso, os brasileiros não tentam prever o resultado das eleições, ressalta a publicação britânica. João Pinho de Mello, da escola de negócios Insper, utiliza níveis de preços ao consumidor e as avaliações de aprovação do governo. Outros usam modelos de agregação.

E, agora, os que as pesquisas mostram é que o momento é de Dilma Rousseff. O modelo de El-Dash passou a ver uma probabilidade de Dilma ganhar em 74%, ante probabilidade anterior de 62% de Marina Silva levar o pleito. Isso leva a um acordo com as previsões de Young, que sempre colocou as chances de uma vitória Rousseff em 60-78%, e de Pinho de Mello, que estima a probabilidade do presidente de ganhar de 55%.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.