Ipespe: Lula tem 50% no segundo turno, Bolsonaro tem 43%

Quando os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o cenário é de empate técnico, com Lula numericamente à frente por 53% a 47%

Marcos Mortari

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a dianteira da disputa pelo Palácio do Planalto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) a 19 dias do segundo turno. É o que mostra pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel), divulgada nesta terça-feira (11).

Segundo o levantamento, que contou com 1.100 entrevistas conduzidas por telefone entre os dias 8 e 10 de outubro, Lula tem 50% das intenções de voto totais em cenário estimulado de segundo turno. Já Bolsonaro aparece com 43%. Outros 4% disseram que não votariam em nenhum dos candidatos, anulariam o voto ou votariam em branco, enquanto 2% não responderam.

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A pesquisa mostra que Lula obtém apoio maior que o atual presidente entre os eleitores de Simone Tebet (MDB) − 55% a 16% − e de Ciro Gomes (PDT) − 44% a 36%. Ambos declararam apoio ao petista no segundo turno, embora no caso do ex-ministro o endosso tenha se dado de forma tímida.

Excluindo indicações de voto em branco e nulo e eleitores indecisos, Lula teria 54% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro contaria com 46%. A margem máxima de erro estimada é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo, considerando o total da amostra.

Na pesquisa espontânea (quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos eleitores), Lula aparece com 47% das intenções de votos totais, e Bolsonaro com 42%. Neste caso, como a distância entre os candidatos é menor do que as margens de erro estimadas para ambos, o quadro seria de empate técnico. Em indicações válidas de voto, o placar é de 53% a 47% a favor do petista.

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Considerando apenas os eleitores que declaram ter “muito” ou “algum” interesse nas eleições, a distância entre os candidatos cai para 4 pontos percentuais: Lula teria 51% e Bolsonaro, 47%. Os “não votos” somariam 3% dos entrevistados. Este cruzamento é utilizado pelo instituto como uma forma de melhor estimar a predisposição de parte do eleitorado a se abster na votação em 30 de outubro.

“A distância registrada no momento confere a esse segundo turno um formato diverso de outras eleições que terminaram com margens mais confortáveis para o líder, considerados os votos totais. A exemplo de 2002 (Lula +17) , 2006 (Lula +16 ) e mesmo 2010 (Dilma +11). E nos remete à comparação do mesmo com 1989 ( Collor +5 ), e 2014 (Dilma +2)”, observa o cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

O levantamento também capturou a rejeição de cada candidato entre os eleitores. Dos entrevistados, 49% dizem que não votariam em Bolsonaro e 45% em Lula. Já no campo da certeza de voto, a distância entre ambos é de 6 pontos percentuais: 47% para o petista e 41% para o candidato à reeleição. Dos que pretendem votar em Lula, 6% dizem que “poderiam votar” em Bolsonaro. Já entre os eleitores do atual mandatário, 4% dizem que “poderiam votar” no ex-presidente.

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A pesquisa entrevistou 1.100 eleitores de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95,45%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01120/2022.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.