Intervencionista e conservador: o perfil ideal do novo presidente, segundo os brasileiros

Posições da maioria dos eleitores acendem sinal de alerta sobre viabilidade de agenda de reformas na economia

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Um candidato à presidência com posições políticas mais ao centro do espectro ideológico, para ampliar suas chances de sucesso nas urnas, deve combinar um discurso à direita no campo dos costumes e à esquerda na economia. É o que mostra pesquisa XP/Ipespe, divulgada na última sexta-feira (29).

Segundo o levantamento, apenas 39% dos entrevistados estão alinhados com posições defendidas pela esquerda no campo dos direitos civis. Por outro lado, quando a pauta é economia, o nível de alinhamento chega a 61%. A avaliação é feita a partir de dez perguntas feitas aos eleitores, sendo três neste último grupo.

Opinião em temas polêmicos

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TEMA CATEGORIA POSIÇÃO DE ESQUERDA
Legalização do aborto Direitos civis A favor
Aborto em caso de estupro Direitos civis A favor
Legalização do uso da maconha Direitos civis A favor
Legalização do porte de armas para cidadãos Direitos civis Contra
Adoção da pena de morte Direitos civis Contra
Redução da maioridade penal Direitos civis Contra
Casamento entre pessoas do mesmo sexo Direitos civis A favor
Privatizações Economia Contra
Intervenção do governo na economia, com mais regulação nos preços e no comércio internacional Economia A favor
Reforma da Previdência Economia Contra

Fonte: XP/Ipespe

Em uma avaliação das respostas dadas pelos eleitores a estas perguntas, registradas nas últimas duas pesquisas realizadas (na terceira e quarta semanas de junho), dando igual peso a cada uma, constata-se que a média dos votos é 50% alinhada com a esquerda (ou 50% contra suas bandeiras).

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Ao separar as perguntas nas duas categorias, porém, fica clara uma tendência conservadora nos costumes e mais alinhada à esquerda na economia. Eis a disposição dos eleitores por candidato com base nesses critérios:

1) Direitos civis

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2) Economia

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Os resultados representam um desafio ao mercado, uma vez que os eleitores não devem receber positivamente medidas mais duras na economia, independentemente do nome escolhido para presidir o Brasil pelos próximos quatro anos. O caminho para as reformas econômicas não será fácil.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.