Instituto ligado ao PSDB cita “bombas-relógio” de Dilma: “tamanho da devastação é incógnita”

"Se o conjunto do estrago já era relativamente conhecido, o tamanho da devastação ainda é uma incógnita. A gestão Dilma deixou de presente para os brasileiros uma série de bombas-relógio prestes a detonar", diz Instituto Teotônio Vilela

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Instituto ligado ao PSDB, o Teotônio Vilela afirmou em artigo que, após uma semana desde a chegada de Michel Temer à presidência interina da República, o “legado deixado pelo PT” vem ganhando contornos mais nítidos. Ele faz menção a uma série de medidas que classificou como “bombas-relógios” prestes a serem detonadas. Se o conjunto do estrago já era relativamente conhecido, o tamanho da devastação ainda é uma incógnita. A gestão Dilma deixou de presente para os brasileiros uma série de bombas-relógio prestes a detonar”, apontou. 

O Instituto fala em “herança maldita” – expressão esta que foi utilizada pelo governo Lula sobre o legado de Fernando Henrique Cardoso – e destaca que o contorno desta é fornecido pela extensão do rombo nas contas públicas estimado para este ano. “Numa espécie de viagem ao fundo do poço, a meta fiscal que começou num superávit de R$ 24 bilhões caminha para um déficit que oscila entre R$ 180 bilhões e R$ 200 bilhões. Deste desequilíbrio monstro, raiz do impeachment de Dilma, decorrem as demais impropriedades”, afirma.

Além disso, o Instituto cita que os novos ministros estão se deparando com “esfarrapado espólio”, como no caso do ministério das Cidades, comandado por Bruno Araújo. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo de hoje, Araújo afirmou não se comprometer com a meta de contratar dois milhões de moradias do MCMV até o fim de 2018, que era da presidente afastada Dilma Rousseff. Ao jornal, Araújo afirmou que a terceira etapa do programa está submetida a um processo de “aprimoramento”. Segundo o ITV, as promessas do Minha Casa Minha Vida “não tinham um saco de cimento para parar em pé”. 

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O ITV também cita a mudança na EBC (Empresa Brasileira de Comunicação); Dilma indicou o nome de Ricardo Melo para a presidência da companhia de comunicação poucos dias antes de ser afastada. Essa questão gerou polêmica, já que o presidente da EBC possui um mandato de quatro anos. No mesmo dia da exoneração, Melo entrou com mandado de segurança com pedido de liminar, no Supremo Tribunal Federal (STF), para manter-se no cargo.  Na Corte, a relatoria da ação ficou com o ministro Dias Toffoli, que determinou a notificação do presidente da República interino para que ele preste informações em 72 horas. “O petismo pretendia manter Ricardo Melo à frente do aparelho de propaganda oficial pelos próximos quatro anos, mas ele foi, agora, afastado. Ao mesmo tempo, em apenas cinco meses a antiga gestão zerou o caixa de publicidade para este ano, numa autêntica tática de terra arrasada”, afirma o ITV. 

O Instituto também cita uma matéria do jornal O Globo de que, na noite decisiva, governo Dilma armou uma pauta-bomba para Temer. Trata-se de um reajuste no salário de 28% para quase 75 mil servidores, de oito categorias do funcionalismo, que agora pressionam para que o interino honre os acordos. “O novo governo estuda não bancar a bondade feita com chapéu alheio”. 

 Por fim, o Instituto cita matéria do jornal O Estado de S. Paulo de que o Planalto apura denúncia de que registros de entrada no Palácio do Planalto desapareceram. A matéria do jornal ressalta que o novo governo suspeita que os dados foram apagados, uma vez que reúnem informações valiosas sobre a gestão anterior de Dilma Rousseff, mas não está descartada uma falha nos computadores. Contudo, para o ITV, o desaparecimento de registros é uma “postura de guerrilha de um governo que deixou o poder pela porta dos fundos, sem sequer transmitir cargos à administração que chegava”. O PSDB possui ministérios na gestão do peemedebista e tem reiterado apoio ao governo de Michel Temer. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.