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SÃO PAULO – Quais são os limites do descompasso entre as decisões tomadas pela classe política e os interesses gerais da sociedade? Nas últimas semanas, os deputados avançaram nas discussões sobre o financiamento das campanhas para as próximas eleições e possíveis mudanças no sistema eleitoral, regras que podem começar a valer já no pleito de 2018 se aprovadas na Câmara e no Senado até o fim de setembro. Um fundo bilionário de recursos públicos avançou pela comissão especial, assim como a implementação do modelo de voto majoritário para deputados federais, estaduais e vereadores — o chamado “distritão”. Na prática, o conjunto de medidas é observado pelos especialistas como um esforço dos atuais mandatários em garantir a recondução aos cargos que ocupam, dificultando qualquer possibilidade de renovação, em um ambiente tumultuado por investigações, denúncias, condenações e um crescente descrédito da política perante à sociedade.
Em um momento em que as contas públicas apresentam um persistente desequilíbrio, com o desmoronamento das receitas mitigando qualquer efeito de cortes de despesas em áreas importantes, movimentos como a liberação de recursos para emendas parlamentares pelo presidente Michel Temer em troca de sua sobrevivência política sofrem ampla rejeição da população. No entanto, a despeito do que se viu alguns anos atrás, não há movimentações expressivas nas ruas. O que explica esse novo comportamento da sociedade? Os brasileiros perderam de vez a esperança na política?
Para analisar estas e outras questões que pairam sobre o País, o programa InfoMoney/UM BRASIL recebe o cientista político Vítor Oliveira, sócio-diretor da consultoria Pulso Público e professor do Programa de Educação Continuada da Fundação Getúlio Vargas. Participa também da entrevista Humberto Dantas, doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo e pesquisador da FGV-SP.
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