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SÃO PAULO – Na medida em que o pós-crise começa a preocupar, o governo norte-americano convive com uma situação desconfortável. O déficit público chega a níveis alarmantes, enquanto os estímulos que levaram a ele custam a atingir os resultados prometidos.
Pela rebeldia de alguns indicadores, cresce o número de defensores de um novo pacote fiscal nos Estados Unidos. O governo Obama desconversa. Argumenta que os programas lançados ainda não mostraram resultados completos e seria preciso esperar. Mas esperar incomoda diante de sinais ruins de alguns setores.
Debate aceso
Já que os estímulos não surtem efeito, a ideia é novos estímulos. No início deste mês, a conselheira de Obama Laura Tyson acendeu o debate. Para ela, o projeto de US$ 787 bilhões foi muito pequeno e a economia está pior do que o governo imaginou no início deste ano. O foco seria infraestrutura.
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O grupo dos defensores de mais estímulo inclui nomes importantes, como Warren Buffett. “Eu acho que um segundo (pacote) poderia ser necessário. Não é uma panaceia (remédio para todos os males). Um estímulo é a coisa certa. Esperamos que não seja descartado”.
Buffett resume bem a principal preocupação atual. O desemprego segue crescendo mesmo com o estímulo, e caminha para 11%. Interessante é que o coro por novos pacotes começou logo após a divulgação do último Employment Report.
Uma pausa
“Sim, a taxa de desemprego continua crescendo, mas quanto ela teria subido se os estímulos não fossem introduzidos?”, pondera Sherry Cooper, economista-chefe do BMO.
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E a base do governo desconversa. “Eu não acredito que é uma decisão que devemos tomar agora; devemos tomá-la com prudência, de uma maneira responsável”, rebateu Geithner na semana passada.
Pós para depois
Brad DeLong, do Departamento de economia da Universidade de Berkeley, também defende novos aportes, sob o argumento de que o pacote de US$ 787 bilhões pode ter sido criado sobre circunstâncias otimistas demais.
De fato, enquanto o debate se prolonga, as preocupações com o equilíbrio das contas públicas norte-americanas seguem em pauta. Nos nove meses do ano fiscal de 2009, o déficit acumulado é de US$ 1,086 trilhão.
Mas a questão do déficit, como a estratégia de saída do governo às políticas fiscal e monetária agressivas, são temas para o pós-crise. Agora, enquanto os resultados não aparecem, cresce a pressão por novas medidas, o que faz lembrar que antes de pensar o pós-crise, ainda é preciso lidar com a crise.
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