Incerteza política trava otimismo com inflação baixa

 A ata divulgada nesta quinta mostrou um Copom menos convicto sobre a sinalização anterior de fim do ciclo de corte da Selic mas, no longo prazo, os juros ainda resistem

Bloomberg

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(Bloomberg) – As incertezas com a eleição presidencial e reforma da Previdência, aliadas a um cenário externo nebuloso, estão impondo um limite ao otimismo do mercado de juros. A ata divulgada nesta quinta-feira mostrou um Copom menos convicto sobre a sinalização anterior de fim do ciclo de corte da Selic, corroborando a aposta em redução adicional da taxa, que começou a se formar após o resultado abaixo de todas as estimativas do IPCA de janeiro. Nos prazos mais longos, contudo, os juros futuros resistem, sustentados pelas incertezas de médio e longo prazo.

A ata da reunião do BC da semana passada mostrou um Copom um pouco mais dividido sobre a questão do fim do ciclo e indicou a possibilidade de um novo corte da taxa básica, diz Alberto Ramos, economista-sênior do Goldman Sachs. Ele considera, porém, que não será tão relevante para a economia se a Selic cairá até 6,50% ou ficar em 6,75%. O mais prudente seria o BC interromper os cortes, pois os juros já estão em nível suficiente para estimular a atividade.

Ramos considera que os juros futuros em prazos mais longos, que também são fundamentais para o crédito, estão refletindo as vulnerabilidades do país sobretudo no campo fiscal, em um cenário de indefinição política, com dúvidas sobre a reforma da Previdência e as eleições, e maior incerteza no exterior.

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“O mercado entendeu que o comunicado tinha deixado apenas uma fresta para um novo corte, mas agora a ata do Copom abriu uma janela”, diz David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America Merrill Lynch no Brasil. Para Beker, além de a ata mostrar os membros do comitê mais divididos, o BC deixou mais claro o efeito que uma surpresa da inflação pode ter sobre a Selic. Neste caso, é preciso lembrar que o BC está projeta IPCA de 4,2% este ano, bem acima do piso de 3%.

Beker também vê o “prêmio político”, aliado à maior pressão das taxas no exterior, como principal responsável pelo fato de os juros futuros longos não estarem acompanhando a queda das taxas mais curtas. Ele observa, contudo, que o mercado leva em conta apenas fatores de incerteza, mas ainda sem especificar questões sobre a eleição. “Ainda não dá para analisar as agendas dos candidatos, pois ainda nem sabemos quem vai concorrer.”

Para André Duarte, economista da Truxt Investimentos, a abertura da curva de juros norte-americana ajuda a explicar a alta dos juros mais longos no Brasil. No curto prazo, ele vê um um cenário interno “bastante benigno, com combinação rara de um momento cíclico da economia brasileira com crescimento econômico e pressões inflacionárias mínimas”. Para Duarte, a duração deste cenário, contudo, depende de que as reformas sejam aprovadas pelo próximo governo que assumirá em 2019.

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