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SÃO PAULO – Crescente em importância no cenário financeiro e político internacional, o Brasil voltou a ser assunto de publicações e agências estrangeiras, após o anúncio do primeiro escalão da equipe econômica do governo Dilma Rousseff, com destaque para o tom de moderação dos gastos presente em seu discurso, bem como a mensagem de continuidade.
Em evento realizado na última quarta-feira (24), Guido Mantega, Miriam Belchior e Alexandre Tombini foram apresentados como ministros da Fazenda, do Planejamento e presidente do Banco Central, respectivamente. Vale ressaltar que o nome de Tombini, que atualmente exerce o cargo de diretor de Normas do BC, ainda será submetido ao Senado para aprovação.
Falar é fácil…
Na visão do Wall Street Journal, a equipe do novo governo pretende “frear os gastos, ao passo em que os riscos apresentados pela crise global parecem desaparecer para a maior economia da América Latina”. O jornal também destacou que os três já faziam parte do governo Lula.
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Ainda assim, diversas publicações ressaltam o perfil “desenvolvimentista” de Guido Mantega, bem como de seu constante estranhamento com Henrique Meirelles ao longo do governo Lula.
“Mantega pronunciou o discurso que o mercado esperava, ao confirmar que as aspirações de crescimento econômico e social e de redução da dívida serão favorecidas com uma política de responsabilidade fiscal e monetária, cortes do gasto público e controle da inflação”, destacou o argentino Clarín.
Banco Central
“Ela [Dilma] tem coração mais técnico que político e quis interromper a tradição dos últimos governos de ter à frente do BC um especialista internacional em política monetária, mais que um técnico”, afirmou matéria do jornal espanhol El País, referindo-se aos longos mandatos de Armínio Fraga e Henrique Meirelles no comando da instituição.
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Já o Financial Times descreveu Tombini como um “tecnocrata apolítico”, que também participou do governo de Fernando Henrique Cardoso, contrastando com a filiação partidária do atual chefe do BC – Meirelles elegeu-se deputado federal pelo PSDB, mas deixou o partido e filiou-se ao PMDB no último ano.
Ademais, o FT apontou que a nomeação de Tombini “aparenta ser desenhada para enviar um forte sinal de continuidade aos mercados financeiros”, em meio ao temor da perda de autonomia do Banco Central para a formulação de política monetária, algo negado de modo veemente por Tombini.
Mais distante dos holofotes, Belchior é lembrada pela condução dos investimentos no âmbito do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os quais são apontados como necessários para receber a Copa do Mundo de futebol em 2014, bem como os Jogos Olímpicos de 2016.
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