Impeachment é o fim de uma incerteza, mas Temer ainda tem muitos desafios pela frente, diz Moody’s

"Embora as propostas tenham surtido um impacto positivo na confiança empresarial, uma melhora tangível nas contas fiscais do Brasil ainda precisa se materializar", destacou a agência

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Encerrado o julgamento e confirmado o impeachment de Dilma Rousseff, a Moody’s – última agência de rating a retirar o grau de investimento do Brasil – comentou que a saída da petista remove um elemento de incerteza política que pesou sobre a economia do país nos últimos meses.

Por outro lado, a instituição ressalta que Michel Temer ainda irá enfrentar desafios significativos na implementação das reformas necessárias para conseguir melhorar o perfil de crédito do Brasil.

Em relatório, a Moody’s destacou a agenda do novo presidente focada em reformas estruturais para restaurar a sustentabilidade fiscal e melhorar o sentimento do mercado. “Embora as propostas tenham surtido um impacto positivo na confiança empresarial, uma melhora tangível nas contas fiscais do Brasil ainda precisa se materializar”, destacou a agência.

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“O governo teve relativo sucesso ao passar algumas reformas no Congresso, mas os detalhes de propostas de reformas-chave, como a da previdência social, ainda precisam ser delineados”, afirmou Maziad, vice-presidente e analista sênior da Moody´s. “Além disso, a aprovação das reformas pelo Congresso exigirá consenso político, o que está longe de estar garantido”, completou.

Sobe a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto das despesas, a Moody’s ressalta que o cumprimento da proposta será extremamente difícil sem a reforma da previdência social, uma vez que os pagamentos de benefícios respondem atualmente por cerca de 40% das despesas federais. “Sem um aumento da idade mínima para a aposentadoria e a desindexação dos benefícios ao salário mínimo, outras despesas do governo terão de ser drasticamente reduzidas para garantir que o gasto público total seja consistente com o teto”, diz a agência.

Por fim, a Moody’s afirma que, se promulgadas, reformas estruturais fornecerão a base para que o governo estabilize os índices de endividamento, um acontecimento que a instituição vê como necessário para dar suporte a idoneidade creditícia do Brasil. “Em consequência, a capacidade da administração Temer de obter apoio no Congresso para as reformas será um fator determinante para a perspectiva de crédito do Brasil entre 2016-18”, conclui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.