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SÃO PAULO – A revista The Economist deu destaque novamente ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, afirmando que o afastamento da petista, “uma presidente impopular que não está sendo acusada de nenhum delito grave, é um ‘jeitinho’ na Constituição”. A publicação utiliza a palavra em português para caracterizar a situação.
Para a The Economist, enquanto muitos acusam o impeachment de “golpe” de Estado, o “jeitinho” pode ajudar a explicar o processo de impedimento da presidente. “Jeitinho, que tem conotação de engenhosidade e também de ilegalidade, é uma marca da identidade nacional”, ressalta a socióloga Camila Maria Risso Sales. A publicação lista uma série de “gambiarras” sociais usadas pelos brasileiros para burlar regras.
“Muitos dos políticos que votaram pelo impeachment recorrem a esses jeitinhos de forma incansável, por exemplo com as leis de financiamento de campanha”, ressalta a publicação.
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De acordo com a revista, este determinado traço cultural poderá ser explicado por questões ligadas à colonização brasileira, à religiosidade, à mistura de culturas e até por conta da desigualdade social.
Porém, afirma a Economist, o uso do ‘jeitinho’ está se tornando cada vez mais difícil, não apenas por causa das investigações como a Lava Jato mas também pelo uso da tecnologia.
A publicação cita o antropólogo Roberto DaMatta para dizer que o Brasil pode se mover para um sistema anglo-saxão, no qual as leis “são obedecidas ou não existem”. “Se isso acontecer, a satisfação que muitos brasileiros vão sentir pode ser tingida com cores de saudades”, conclui a The Economist.
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