Impeachment: com debandada na Câmara, atenção já se volta ao Senado – e para Renan

Senado definiria afastamento de Dilma no máximo até os dias 10 ou 11 de maio - mas há pressão para antecipar votação

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto a adesão na Câmara dos Deputados só aumenta para a votação do domingo do impeachment da presidente Dilma Rousseff com a debandada de partidos da base aliada e o governo já não contabiliza o apoio necessário para barrar o processo na Casa, os olhos dos políticos – e também do mercado – já estão para o Senado, onde será a próxima etapa. 

Conforme destaca a LCA Consultores, caso o pedido de abertura do processo de impeachment seja aprovado pelos deputados no domingo, este será enviado ao Senado na segunda-feira.

Já na terça-feira, será feita a leitura da denúncia em plenário e, no mesmo dia, após a ordem do dia, será eleita a Comissão Especial responsável pela condução dos trabalhos, com 21 integrantes. Na quarta-feira, a comissão elegerá seu presidente e o relator, com o PMDB, maior partido da Casa, devendo ficar com umas dessas vagas. Os aliados do vice-presidente Michel Temer iniciaram uma articulação para que Eunício Oliveira (PMDB-CE) ficasse com a função de relator.

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O relator terá até 10 dias úteis para apresentar seu parecer. Se usar todo o prazo, o relatório será votado por volta do dia 5 de maio na comissão – uma quinta-feira. Cumprido prazo de 48h para o documento ir a plenário, o Senado definiria o afastamento de Dilma, em votação por maioria simples no máximo, até os dias 10 ou 11 de maio. 

Neste cenário, conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo, o governo tenta evitar uma derrota “humilhante” na Câmara. Caso contrário, a avaliação é de que não haverá chance de segurar o Senado. De acordo com mapeamento do Estadão, 42 senadores estão a favor do impeachment, número suficiente para o afastamento, sendo que há 17 senadores contrários. Dois terços dos senadores, ou 54, são necessários para aprovar o impeachment. De acordo com o jornal O Globo, os senadores favoráveis ao processo somam 43. 

Enquanto isso, a oposição busca que o processo seja agilizado no Senado, já havendo pressões sobre o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que não haja atrasos que deixem o “país em suspenso”. Senadores da oposição e alguns da base trabalham para evitar protelação, mas há divergências na Casa, segundo informa O Globo, com alguns nomes trabalhando para que haja votação já em abril e outros para que haja no meio de maio. 

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Mesmo senadores aliados ao governo admitem que, se aprovado na Câmara, o processo de impeachment dificilmente será barrado no Senado. Por outro lado , há a preocupação de se cumprirem as regras para evitar a judicialização do processo pelo governo e pelo PT. Pressionado, Renan Calheiros afirma que não “manchará a sua biografia com o caso”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.