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SÃO PAULO – Em meio ao enfraquecimento do presidente Michel Temer, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) passou o último final de semanal imerso em articulações e traçou um cenário em que trata a queda do presidente como irremediável.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Maia encerrou o último fim de semana com uma reunião em sua residência oficial em que estava cercado de parlamentares da base aliada ao governo. Em relato ao jornal, um dos deputados que estavam no encontro afirmou que, em tom sóbrio, Maia reproduziu a alguns dos presentes o diagnóstico que disse ter feito, horas antes ao próprio Temer, no Palácio do Jaburu. O presidente da Câmara disse ter falado ao presidente que ele poderá sobreviver à votação, no plenário da Casa, da primeira denúncia apresentada pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, mas que certamente sucumbiria quando a segunda acusação chegasse à Câmara.
O jornal também relata que, após a conversa com Temer, Maia participou como convidado principal de um encontro promovido na residência do vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet. Além de Maia, estava na casa mais cinco políticos, entre eles, os deputados Benito Gama (PTB-BA) e Heráclito Fortes (PSB-PI) e o ministro Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia). Heráclito disse que o encontro estava “marcado há mais de um mês” e que “não teve nada de conspiração”.
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Após a saída do encontro com Tonet, o presidente da Câmara telefonou a alguns deputados, ministros e líderes de partido, convidando-os para comer em sua residência oficial, assim que saíssem de uma reunião com Temer no Alvorada. Parlamentares que participaram da reunião deixaram o local afirmando que o clima não estava bom para Temer e que a relação de Maia com o Planalto azedou.
Chances de Temer cair aumentam
Vale ressaltar que as articulações de Maia ocorreram antes mesmo do relatório de Sergio Zveiter (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara pela admissibilidade da denúncia contra o presidente, apresentado na tarde da última segunda-feira. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, para Temer, o parecer poderá causar “estragos” na base aliada no plenário. Para um presidente ser processado no Supremo Tribunal Federal (STF), são necessários 342 votos. Pelas contas do governo, Temer tem, atualmente, entre 39 e 41 votos da CCJ, depois das trocas de parlamentares da comissão por deputados considerados mais confiáveis pelo Planalto. “No entanto, o governo sabe que está sujeito a nova traições e está atento a driblá-las”, afirma o Estadão. Além do processo no colegiado da Câmara, Temer enfrenta ainda a pressão do PSDB, cuja bancada na Câmara pressiona pelo desembarque do governo e defendido a aceitação da denúncia. Embora a previsão seja de que os tucanos não decidirão nada por enquanto (como ocorreu na reunião de caciques na última segunda-feira), há sempre a expectativa de novas reações internas na legenda. Assim, de olho na crescente divergência dentro do PSDB, a consultoria de risco político Eurasia Group elevou a chance de Temer cair de 30% para 40%, uma vez que a dissidência tucana pode levar a um efeito bola de neve em debandada em massa no Congresso. Porém, a Eurasia reforça: apesar de ver a chance do peemedebista cair aumentar, os consultores seguem com a visão de que o presidente terminará o mandato.
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