Ibovespa já subiu 16% no rali eleitoral; veja quem mais ganhou com as pesquisas

As intervenções do governo na economia são fortemente repudiadas pelo mercado, que se anima a cada pequena derrota de queda de Dilma na corrida das urnas

Marcos Mortari

Disputa eleitoral teve grande influência no indicador neste mês

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SÃO PAULO – As eleições começam a tomar o radar dos investidores na Bolsa. Há pelo menos três semanas, as pesquisas de intenções de voto passam a definir o humor do mercado na Bovespa e alimentar especulações sobre as mudanças e constâncias do cenário futuro. Desde 17 de março, quando começaram os rumores antes da divulgação oficial da pesquisa Ibope, o mercado vive uma toada de otimismo com possíveis tropeços da presidente Dilma Rousseff na corrida das urnas que ocorrerá na segunda metade deste ano. De lá para cá, o Ibovespa já acumula ganhos de 16%.

Naquela ocasião, nem mesmo o fato de a pesquisa Ibope não ter revelado alterações no front eleitoral desanimou os investidores: as fichas seguiam indicando apostas na queda da presidente. Uma semana depois, uma recompensa à perseverança do mercado em acreditar em um cenário pior para Dilma: o mesmo Ibope revelou que a aprovação do atual governo na visão dos eleitores recuou de 43% para 36% – no entanto, ainda nada que apontasse para efeitos práticos na corrida eleitoral.

No último sábado (5), mais uma pesquisa voltou a animar os investidores aversos às políticas econômicas da presidente. Desta vez, o Datafolha apontou que as intenções de voto de Dilma caíram 6 pontos percentuais desde fevereiro, passando a registrar 38%. No entanto, nenhum dos dois nomes de maior peso cogitados para disputar as eleições – Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) – viram seus percentuais alterados, com o primeiro permanecendo com 16% das intenções de voto, e o segundo, 10%.

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As intervenções da chefe de Estado na economia do País e na gestão de empresas estatais não tem agradado os investidores, que repudiam medidas de fortes impactos nos resultados de empresas como a Petrobras (PETR3; PETR4). Desta forma a petrolífera, juntamente com Eletrobras (ELET3; ELET5) e Banco do Brasil (BBAS3) figuram entre os destaques do rali, tendo em vista a forte sensibilidade dos papéis às mudanças nas lideranças do País.

Os ganhos nos últimos 13 pregões são de 30,99% e 28,79% para os papéis ON e PN, respectivamente, da Petrobras; 51,33% e 32,38% para as ações ordinárias e preferenciais da Eletrobras, nesta ordem; e 32,17% para os ativos do Banco do Brasil. Tal desempenho reflete a menor aversão do mercado em investir nas estatais por acreditarem mais em uma derrota de Dilma nas eleições presidenciais.

Na cola das estatais, os bancos aparecem como outros grandes beneficiados pelas especulações eleitorais. Entre 17 de março e o fechamento desta segunda-feira, Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC3; BBDC4) acumulam respectivos ganhos de 19,90%, 25,62% (ON) e 25,26% (PN). Além do efeito das pesquisas eleitorais, ajudam a engrossar o desempenho dos bancos o adiamento do julgamento sobre as correções da poupança nos planos econômicos.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.