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SÃO PAULO – Após um início negativo – que chegou a cair 1,2% na mínima do dia -, o Ibovespa mudou completamente de cenário no começo da tarde e por volta das 13h30 (horário de Brasília) já marcava alta de 1,35%, a 58.740 pontos. A reversão de tendência nesta terça-feira (14) tem motivo: o mercado já começa a trabalhar com um crescimento de Aécio Neves (PSDB) nas próximas pesquisas eleitorais, que serão divulgadas amanhã. Mas o quanto esse rumor é confiável?
Na quarta-feira (15), está prevista a divulgação do Ibope e Datafolha – tidas pelo mercado como as “mais confiáveis” dentre os institutos de pesquisa. Segundo analistas ouvidos pelo InfoMoney, o mercado já trabalho com uma vantagem do candidato tucano sobre a petista acima da margem de erro, saindo do cenário de “empate técnico” apresentado nas pesquisas anteriores de ambos institutos. Contudo, é importante ressaltar que nenhuma das pesquisas chegou ao dia final de coleta de dados – o Ibope tinha coleta prevista entre os dias 10 e 15; já o Datafolha entrevistaria os eleitores hoje e amanhã.
“A coleta das pesquisas será finalizada amanhã e, por isso, os rumores de alta do Aécio não passam de especulações”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora. O analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, vai na mesma linha: ele pondera que ainda é muito cedo para antecipar qualquer resultado, mas isso não impede que o mercado já tente antecipar essas indicações. Galdi lembra ainda que as bolsas norte-americanas estão em um dia de forte alta, o que pode ajudar a manter o otimismo no mercado.
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Monteiro, da Renascença, enxerga um bom motivo para tal otimismo: a coleta das pesquisas vai até amanhã, ou seja, após o 1º debate entre os presidenciáveis, que acontecerá hoje às 22h15 na Rede Bandeirantes. “Considerando o desempenho de Aécio no último debate do primeiro turno, é esperado que ele seja muito melhor que a Dilma hoje à noite. Caso isso se confirme, o eleitorado que responder os levantamentos amanhã deve impulsionar as intencões de voto do tucano”, explica o operador.
Destaques
Além da aceleração dos ganhos das ações da Vale (VALE3, R$ 28,55, +3,86%, e VALE5, 24,86, +3,15%), os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 21,03, +1,35% e PETR4, R$22,35, +0,99%) e dos bancos passam a operar com leves ganhos, após chegarem a cair 3% na mínima do dia. O movimento contribui para a recuperação do Ibovespa pois este grupo de empresas responde por praticamente 40% da composição do índice.
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Na tendência oposta, o pior desempenho fica com os papéis das imobiliárias e CIELO ON (CIEL3), que são cotados a R$ 39,40 e apresentam forte baixa de 4,53%. Essas ações estão entre as que mais subiram nos últimos pregões e passam por um dia de correção.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Vox Populi “ignorado”
A pesquisa Vox Populi, divulgada pelo Jornal da Record na noite anterior, mostrou a presidente Dilma e o adversário Aécio Neves empatados dentro da margem de erro, com leve vantagem numérica da petista – 45% a 44%. O resultado da pesquisa não impactou tanto o mercado, visto que ela não mostrou um resultado tão diferente dos últimos levantamentos Datafolha e Ibope, que são os principais institutos, disse o analista da XP Investimentos, Thiago Souza. Além disso, o mercado está à espera do debate hoje à noite e das pesquisas que serão divulgadas amanhã.
“Salvo um evento extraordinário não devemos ver fortes oscilações como tem ocorrido nos últimos dias”, disse Souza.
Vale lembrar que na segunda-feira (13) o Ibovespa teve sua maior alta diária desde agosto de 2011 (+4,78%), repercutindo o resultado da pesquisa Sensus divulgada no fim de semana, que mostrou Aécio 17,6 pontos percentuais à frente de Dilma no levantamento.
Cenário externo
Bolsas asiáticas caíram e as europeias marcam estabilidade mesmo com divulgação de dados fracos na zona do euro. A começar pela Alemanha, onde o governo cortou a projeção de crescimento para 2014 – de 1,8% para 1,2% – e 2015 – de 2% para 1,3%.
Além disso, a produção industrial na zona do euro marcou queda de 1,9% em agosto em comparação com o mesmo mês no ano anterior, recuo que veio maior que o esperado por analistas, que previam retração de 0,9%.
Repercutindo os dados mais fracos vindos da Europa, o índice japonês Nikkei caiu 2,4%, atingindo níveis vistos pela última vez em meados de agosto, na reabertura do mercado após feriado na segunda-feira.
Nos EUA, o Dow Jones sobe 0,74%, o Nasdaq tem alta de 1,27% e o S&P 500 avança 0,97%.