Ibovespa: 12,1% apostam em 100% de chance de forte correção em 2010

Enquete com usuários do InfoMoney mostra que dois terços acreditam que chance de correção do índice está entre 0% e 50%

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – O ano de 2009 foi extremamente positivo para os mercados acionários, com o Ibovespa registrando forte valorização de 82,66% no período. No entanto, uma dúvida paira no ar: esse rali será mantido durante 2010 ou presenciaremos uma forte correção na bolsa brasileira ao longo do ano?

Querendo saber a opinião dos leitores, a InfoMoney realizou uma pesquisa com seus usuários, perguntando “Qual a chance de uma correção significativa – isto é, acima de 30% – da bolsa ainda em 2010?”. O resultado mostrou uma forte divergência de opiniões: 14,59% da mostra de 2.461 entrevistados acreditam que a possibilidade de correção é nula, enquanto outros 12,11% apostam em 100% de chances de um ajuste nas posições.

Analisando mais a fundo esses números, percebemos que uma pequena maioria dos usuários do nosso portal mostra-se levemente otimista, com aproximadamente dois terços dos entrevistados respondendo que a possibilidade de correção está entre 0% e 50%, enquanto o terço restante espera que a chance disso ocorrer está entre 60% e 100%.

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Possíveis entraves
Apesar da divergência de opinião de nossos leitores, os analistas do mercado são praticamente unânimes ao afirmar que a bolsa brasileira deverá manter sua trajetória ascendente. Contudo, alguns deles ligam o sinal de alerta principalmente em relação ao segundo semestre do ano, quando espera-se que os EUA dê início à estratégia de saída dos estímulos concedidos durante a crise financeira.

Segundo os analistas da Fator Corretora, a retirada dos aportes do governo Obama, em conjunto com a manutenção das altas taxas de desemprego no país, poderão levar a economia norte-americana a uma nova queda. “Se o ‘double dip’ ocorrer, haverá aumento da aversão ao risco, alta do dólar e queda dos ativos de risco”, conclui a equipe da Fator.

Além do cenário internacional, outro fato que não deve passar em branco são as eleições presidenciais no Brasil. Apesar do risco do novo presidente gerar grandes mudanças no cenário atual ser ínfimo, esse período sempre resulta em forte volatilidade nos mercados. Demonstrando um viés mais pessimista em relação ao consenso do mercado, os analistas do JP Morgan destacam ainda possíveis mudanças regulatórias dependendo do candidato eleito.

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Por fim, um artigo do Wall Street Journal veiculado na última segunda-feira (11) levanta a possibilidade da inflação “reacender” durante o ano, forçando o Banco Central a elevar o juro básico do País, que atualmente encontra-se em seu menor nível histórico (8,75% ao ano). Uma elevação na Selic pode ocasionar um movimento de realocação do capital investido em renda variável para a renda fixa, prejudicando o mercado acionário do País.

Contudo, perspectivas positivas prevalecem
Mesmo com tantos fatores de risco pela frente, a expectativa de grande parte dos analistas de mercado é de que o Ibovespa siga em alta, superando sua máxima vista em 20 de maio de 2008, quando atingiu a pontuação recorde de 73.517 pontos. O Banco Safra espera ver um patamar de 80 mil pontos no fim de 2010, enquanto JPMorgan, Link Investimentos e Itaú Corretora acreditam que o Ibovespa atinja a casa dos 85 mil pontos.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, o diretor da Intrader TOV, Hyldago Júnior, disse em entrevista à Infomoney TV espera ver o Ibovespa acima dos 80 mil pontos, porém sem descartar correções no caminho. No entanto, Júnior frisa que, se a bolsa cair, “é só uma realização”.

Confira o resultado da avaliação:

Qual a chance de uma correção significativa (mais de 30%) da bolsa ainda em 2010? Votos Percentual
0% 359 14,59%
10%

226

9,18%
20% 361 14,67%
30% 182 7,40%
40% 198 8,05%
50% 330 13,41%
60% 121 4,92%
70% 171 6,95%
80% 106 4,31%
90% 109 4,43%
100%

298

12,11%
Total 2.461 100%

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers