Ibope, STJ, China: as 15 notícias que agitaram o mercado na semana

Apesar de uma nova divulgação de pesquisa eleitoral, a semana não foi de otimismo no mercado; decisão judicial contra os bancos roubou as atenções dos investidores

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou uma sequência de 3 semanas de ganhos ao acumular queda de 2,50% entre os dias 19 e 23 de maio, período que marcou a divulgação de mais uma pesquisa eleitoral Ibope, mas que não culminou em uma nova onda de otimismo desenfreado na Bovespa. Ao contrário: o índice conheceu seu pior desempenho semanal em mais de 2 meses, com os bancos roubando a cena em meio à decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em favor dos poupadores sobre perdas geradas entre 1980 e 1990.

No entanto, não foi apenas o noticiário nacional que chamou a atenção nesta semana. Vale destacar também importantes fatos vindos do exterior, como por exemplo a notícia de que a atividade industrial chinesa mostrou o patamar mais elevado em 5 meses e pôs em xeque as falas de especialistas sobre o momento de debilidade do gigante asiático. Em maio, a prévia do PMI da indústria calculada pelo Markit/HSBC subiu 48,1 para 49,7. A melhora foi disseminada entre os diversos subitens, com destaque para produção e novos pedidos para exportação – todos acima de 50.

Ainda lá fora, também chamou a atenção a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), nos Estados Unidos. Segundo o documento, autoridades do Federal Reserve abriram caminho no mês passado para eventual retirada da política monetária ultra-expansionista ao debater as ferramentas que poderiam ser utilizadas na tarefa, mas não foram tomadas decisões. Segundo a ata, a equipe da autoridade monetária americana apresentou diversas maneiras de elevar as taxas de juros de curto prazo, mas nada passou de um “planejamento prudente”.

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O InfoMoney preparou uma lista com as 15 notícias que mais movimentaram o mercado nesta semana. Confira:

Governo brasileiro “infantilizou” relações com a sociedade, afirma Zeina Latif
“A chamada tempestade perfeita não se formou por sorte, e isto é ruim para o Brasil”. Esta é a avaliação da economista-chefe da XP Investimentos Zeina Latif em debate realizado no último fim de semana na 4ª XP Expert, em que também participaram os economistas Delfim Netto e Luiz Carlos Mendonça de Barros e que foi mediado pelo jornalista William Waack. Zeina também falou da infantilização da relação entre governo e sociedade, que ficou evidente após o episódio das manifestações pelo não aumento da passagem de ônibus. [clique aqui para conferir]

Investidor que previu crise de 97 diz que mercado não está saudável e ações vão cair
Para o suíço Marc Faber, que ficou famoso por antecipar o estouro da bolha financeira no Japão na década de 90, assim como o anúncio do crise asiática em 1997, o mercado “não está muito saudável”. “O mercado dos EUA estão em uma posição muito arriscada, onde facilmente pode cair de 10% a 20%”, disse. Segundo ele, algumas ações já até inverteram a tendência e estão prontas para caírem mais de 10%, citando os papéis de empresas de tecnologia e biotecnologia. [clique aqui para conferir]

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Comemore, Petrobras: combustível deve ficar “só” 13% abaixo do preço internacional
O resultado gerado a cada litro de gasolina importado pela Petrobras e vendido no Brasil deve alcançar em maio o menor prejuízo desde o começo deste ano, estimam os analistas da GO Associados. [clique aqui para conferir]

Após sucessivas quedas, Dilma voltou a subir em pesquisa: “Volta Lula” morreu?
Até o último minuto, o PT iria analisar os resultados de novas pesquisas e repercussões das manifestações previstas para a Copa. A presidente estaria se sentindo incomodada com a possibilidade de Lula voltasse a disputar à presidência, mas a avaliação era de que o PT não iria arriscar uma derrota. Com Dilma voltando a subir nas pesquisas, este apelo diminui. Mas ele não é totalmente descartado caso a presidente volte a cair ou a candidatura de Lula se mostre mais forte. [clique aqui para conferir]

Setúbal fala sobre STJ, eleição e atesta: Brasil não fez um bom trabalho para a Copa
Inflação em alta, Copa do Mundo, eleições, crescimento econômico em baixa e, somado a isso, preocupação adicional sobre os emergentes. Neste cenário, a preocupação do presidente executivo de um dos maiores bancos do Brasil deveria ser grande, não seria? Não de acordo com Roberto Setúbal, presidente-executivo do Itaú Unibanco (ITUB4), que afirmou estar otimista com o Brasil no longo prazo em evento realizado nesta quinta-feira pela Bloomberg em São Paulo. [clique aqui para conferir]

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Ibope: Dilma sobe 3 pontos nas intenções de voto, para 40%; Aécio e Campos também avançam
Dilma se recuperou mais na faixa do eleitorado com renda superior a 5 salários mínimos, passando de 26% para 38% das intenções de voto, enquanto Aécio oscilou um ponto para baixo, de 26% para 25%. A presidente tem pior desempenho entre 2 a 5 salários mínimos, com 35% afirmando que pretendem votar na presidente. [clique aqui para conferir]

Quem não votar na Dilma terá que torcer contra o Brasil na Copa? Mercado acredita que sim
O gerente de hedge-fund Luiz Carvalho não consegue se convencer a torcer contra o Brasil, seu país natal, na próxima Copa do Mundo. No entanto, isso seria extremamente tentador. Uma derrota da seleção pentacampeã de futebol no campeonato seria um golpe para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, disse Carvalho, o que reforçaria as possibilidades de um novo governo que fosse mais amigável com os investidores. [clique aqui para conferir]

“Se eu não for candidato, quero ser vice de Aécio”, diz Jair Bolsonaro
Bolsonaro está em seu sexto mandato como deputado federal (PP-RJ), mas está disposto a abrir mão de uma nova reeleição para se candidatar à Presidência. “Se eu me candidatasse a deputado, ganharia fácil pela sétima vez, com numero recorde de votos. Mas de que adianta ser deputado e ficar assistindo o país afundar? Tenho que fazer alguma coisa”, afirmou ele em entrevista ao InfoMoney. [clique aqui para conferir]

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De forte resultado a “prejuízo pesado”: o novo cenário das geradoras de energia
O forte desempenho das geradoras de energia elétrica no primeiro trimestre não deve se manter em todo 2014, segundo especialistas do setor, diante da expectativa de perdas por déficit maior na produção de hidrelétricas ao longo do ano e pela estratégia de sazonalização de eletricidade das companhias. [clique aqui para conferir]

A decisão do STJ que custou R$ 11,5 bilhões em valor de mercado para os bancos
Nos últimos momentos do pregão desta quarta-feira (21), as ações do Banco do Brasil (BBAS3) viraram e fecharam com forte queda de 7,25%, aos R$ 22,01, após a notícia de que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu em favor dos poupadores no caso sobre perdas geradas por planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 no rendimento da poupança, em um julgamento apertado que terminou em 8 a 7. [clique aqui para conferir]

A maré virou? Credit explica porque os “5 frágeis” agora são os “5 formidáveis”
Nos últimos anos, o termo BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – ganhou destaque no mundo todo, que via nestes cinco países uma situação bastante parecida, com economias mostrando um rápido crescimento e por serem nações ainda em desenvolvimento. Porém, as preocupações que surgiram nestes mesmos países no final do ano passado acabou tornando os BRICS os “5 frágeis” dos economistas, algo que, segundo o Credit Suisse, está mudando novamente. [clique aqui para conferir]

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Os 9 pedidos do mercado para o próximo presidente da República, segundo Citi
As pesquisas eleitorais vêm guiando o humor do mercado nas últimas semanas. Desde março, quando bateu seu fundo mais recente, até agora, o principal índice de ações da Bolsa subiu pouco mais de 20%. Isso ocorre porque o mercado quer mudanças que possam ajudar a trazer de volta a economia aos trilhos, seja com a continuidade de Dilma ou a vitória da oposição. Entretanto, quais seriam exatamente essas mudanças? [clique aqui para conferir]

Por que investir em ações após 4 anos ruins? Presidente da BM&FBovespa explica
Após mais de quatro anos seguidos de baixa rentabilidade das ações de muitas das maiores empresas brasileiras, há motivos para continuar a investir na Bovespa? Para o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, a resposta é sim. Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, Edemir afirma que a Bolsa é um mercado de risco que tende a gerar retornos superiores à renda fixa desde que o investidor tenha um horizonte de aplicação de médio e longo prazo. [clique aqui para conferir]

“O nível da água subiu no oceano e Lula achou que foi mérito dele”, diz Delfim Netto
O Brasil precisa mudar, mas será a balança entre as urnas e as eleições que apontará quais são os rumos para a economia nacional, destacou ex-ministro da Fazenda em encontro que foi realizado pela XP Investimentos em Atibaia (SP) e que também contou com a participação dos economistas Luiz Carlos Mendonça de Barros e Zeina Latif. [clique aqui para conferir]

Se pesquisas mostrarem reeleição de Dilma, Ibovespa cai para 40.000 ainda este ano, diz Citi
Essa derrapada provocaria uma queda de aproximadamente 25% no principal índice de ações da Bolsa em relação ao patamar atual (53.353 pontos no fechamento da última segunda-feira) e o empurraria ao menor patamar desde março de 2009. [clique aqui para conferir]

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.