Haddad cita boa relação com EUA e China, mas vê potencial brasileiro subestimado

Haddad ponderou que o momento brasileiro ainda inspira cuidados, mas o médio e longo prazo prometem ser bons

Estadão Conteúdo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante entrevista (Foto: Diogo Zacarias)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, frisou que o Brasil mantém relações boas com Estados Unidos e China, mas ponderou que vê o potencial brasileiro subestimado pelos dois países.

“Em nenhum momento de conversa de Lula com Xi Jinping ou Biden pareceu desprezo pelo Brasil, mas a subestimação do potencial de parceria parece notável”, disse o ministro, em evento da revista digital Phenomenal World.

A Alemanha, por outro lado, citou Haddad, tem um olhar hoje para a América do Sul com um apetite benéfico para os dois lados. O país, afirmou, vê o Brasil como um fornecedor de energia limpa, mas também como um parceiro que pode se reindustrializar sob premissas sustentáveis.

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Haddad ponderou que o momento brasileiro ainda inspira cuidados, mas se tudo correr bem, o médio e longo prazo prometem ser bons para o país. “O Brasil vive riscos de solavancos de curto prazo, ainda temos um ambiente político interno que inspira muitos cuidados”, disse o ministro, que defendeu que as instituições precisam estar mais afiadas. “Tivemos um bom 2023 desse ponto de vista, gostaria de chegar em 2024 com a mesma sensação.”

Ainda sobre o cenário global atual, Haddad o classificou como desafiador e em certo sentido aterrorizante ao destacar o grau de novidade atrelado ao conflito entre Estados Unidos e China.

“A Rússia não podia fazer frente aos Estados Unidos do ponto de vista econômico e o Japão não podia fazer frente ao militar. Essa é a exclusividade do momento que estamos vendo”, analisou o ministro, que salientou que ambos os países são parceiros importantes do Brasil.