Ibope: classes populares têm participação “de peso” no uso da internet

Segundo análise do Ibope, aumenta o acesso das classes C, D e E à internet, e o mercado precisa aprender a lidar com isso

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As classes populares ganham progressivamente mais acesso à internet. Por isso, as ações de inclusão digital do mercado precisam, agora, além de promover incremento no número de usuários, elaborar meios para se relacionar com esta importante parcela da população. É o que afirma Marcelo Coutinho, diretor de Análise de Mercado da Ibope Inteligência.

Coutinho fez levantamento e análise sobre o aumento da participação das classes C, D e E entre os internautas, com base em dados da Pnad 2007 (Pesquisa Nacional de Domicílios). Segundo ele, o total de domicílios com computador e acesso à internet em 2003 chegava a 5,9 milhões. Em 2007, esse número já atingia a casa dos 11 milhões.

Classes de peso

Outros dados apontam os responsáveis pelo aumento: de acordo com a Pnad, em 2003, do total de domicílios com computador e internet, 2,1 milhões eram de famílias com renda de até 10 salários mínimos. Em 2007, a quantidade dessas famílias saltou para 6,1 milhões.

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Enquanto isso, o número de famílias com renda superior a 10 salários mínimos, e que possuíam computador com acesso à internet, passou, no mesmo período, de 3,2 milhões para 3,8 milhões. Daí é possível compreender a importância das classes de menor renda no crescimento da quantidade de usuários da rede mundial.

Preferências

Coutinho comenta, com base em pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, que, além do aumento no consumo dos computadores nas residências, serviços como os de lan houses tiveram papel importante na inclusão digital da baixa renda, principalmente por sua penetração em comunidades carentes e bairros de periferia.

A pesquisa do Comitê também mostra que, em comparação com os usuários de maior renda, o perfil de utilização da internet das classes D e E é menos variado, exceto em duas situações específicas: jogos e comunidades de relacionamento. Das classes C, D e E, 65% dos entrevistados afirmaram que suas principais atividades na internet envolviam o acesso a sites de relacionamento.

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Uso peculiar

Segundo Coutinho, considerando a entrada desses consumidores no mercado da internet, a grande questão não é como aproximar seu perfil de uso daquele característico dos internautas mais antigos (e de maior renda). O foco é “como transformar este perfil de uso em negócios atraentes”, tanto para as empresas quanto para os consumidores.

“As classes C, D e E não precisam ter exatamente os mesmos usos da internet que as demais. Eles têm um uso muito peculiar, autônomo”, e é isto que deve direcionar as ações de incentivo e inclusão digital para elas.

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