No retorno da propaganda eleitoral veiculada no rádio, na manhã desta sexta-feira (7), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) destacaram apoios recebidos no segundo turno e trocaram acusações. Os dois disputam o Palácio do Planalto no segundo turno das eleições, programado para o dia 30.
A propaganda de Lula defendeu a “união” entre todos aqueles que se opõem ao governo Bolsonaro. A peça destacou a declaração de apoio da senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada no primeiro turno, reproduzindo trechos da fala da parlamentar.
“Vencemos com a maior votação da história. Valeu a força de milhões de brasileiros que não aceitam mais esse governo que prega o ódio e virou as costas para o povo por quatro anos. Vamos com fé, chamar cada vez mais gente para essa corrente”, afirmou Lula.
O candidato a vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), reforçou o tom de união. “Precisamos nos unir, acima das diferenças. No nosso lado, tem lugar para todos os democratas. Os verdadeiros patriotas deste país”, afirmou.
Os apresentadores do programa petista disseram que o governo Bolsonaro foi “desumano na pandemia, um desastre na economia e cheio de escândalos de corrupção”. “O povo cansou e quer mudança”, disse um dos locutores.
Criticado no primeiro turno por não ter detalhado suas propostas para um eventual mandato, Lula disse que agora quer “falar do futuro, sobre o que será do Brasil nos próximos anos”. “Vamos voltar a gerar empregos, fortalecer o salário mínimo e renegociar as dívidas das famílias”, prometeu o petista.
Bolsonaro
A propaganda do presidente e candidato à reeleição começou ironizando o tradicional jingle “Lula Lá”, usado pela campanha do adversário e, fazendo uma paródia com a música, classificou as promessas do petista como “lero-lero”.
A campanha de Bolsonaro agradeceu pela participação popular no primeiro turno, afirmando que os apoiadores “atenderam ao chamado do presidente Bolsonaro, vestiram verde e amarelo e foram às urnas votar por um futuro mais seguro”.
“Eu quero agradecer aos 51 milhões de brasileiras e brasileiros que acreditaram em mim no dia 3 de outubro. Foi uma eleição muito bonita”, disse Bolsonaro.
Segundo o presidente, sua votação representou “um voto de confiança na economia brasileira, na criação de empregos, nas casas populares, no atendimento médico melhor, no Auxílio Brasil de 600 reais, no preço da gasolina lá embaixo, na diminuição do desemprego do Brasil e no crescimento do PIB”.
A propaganda também destacou o apoio do jogador Neymar, astro da seleção brasileira de futebol, que declarou publicamente que votaria em Bolsonaro.
Também foi apresentado o apoio dos governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal; Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Ratinho Júnior (PSD), do Paraná; Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso; Antônio Denarium (PP), de Roraima; Gladson Cameli (PP), do Acre.
Os locutores da propaganda do presidente ecoaram o discurso de Bolsonaro e aliados contra os institutos de pesquisa – que, em sua maioria, apontaram índices de intenção de voto no presidente menores do que o resultado final das urnas no primeiro turno.
“Foi descarado, era todos contra um. Queriam que o PT ganhasse no grito”, disse um dos apresentadores. “Deu perda total de credibilidade nas pesquisas. Não foi margem de erro, foi erro com margem. Safadeza das grandes.”
Propaganda
A propaganda para presidente da República no segundo turno é veiculada no rádio de segunda a sábado, das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Na televisão, os programas vão ao ar das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40.
Nos 12 estados do país em que haverá segundo turno nas disputas para governador, a propaganda é veiculada no rádio das 7h10 às 7h20 e das 12h10 às 12h20. Na TV, é exibida das 13h10 às 13h20 e das 20h40 às 20h50.
Além disso, as emissoras devem reservar 25 minutos, de segunda a domingo, para cada cargo em disputa, com inserções de 30 a 60 segundos durante a programação.
