“Homem que decide a economia no Brasil é um só, chama-se Paulo Guedes”, diz Bolsonaro

Movimento do presidente ocorre em meio à percepção de enfraquecimento do ministro, após apresentação do programa Pró-Brasil pela Casa Civil

Marcos Mortari

(Marcos Corrêa/PR)

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SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira (27), que o “homem que decide a economia” no Brasil é o ministro da Economia, Paulo Guedes. O recado foi dado em coletiva de imprensa na saída do Palácio da Alvorada, em meio a uma percepção de enfraquecimento do ministro no mundo político após a Casa Civil anunciar um programa de investimentos em infraestrutura para o pós-crise.

“O homem decide economia no Brasil é um só, chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá as recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse Bolsonaro.

A fala foi feita após uma reunião no Palácio da Alvorada com Guedes, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário. Os ministros acompanharam a coletiva.

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O movimento de Bolsonaro ocorre três dias após o ex-juiz Sérgio Moro pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Desde o início, Moro e Guedes eram tratados como “superministros” do atual governo. A saída da figura mais popular do governo e símbolo do lavajatismo e o avanço da ala militar sobre assuntos econômicos gerou dúvidas sobre o futuro de Guedes.

Após o encontro, Guedes disse que o governo segue firme com uma política econômica atenta à responsabilidade fiscal. “Queremos reafirmar a todos que acreditam na política econômica que ela segue e a mesma política econômica”, pontuou. “Quando há um problema, como de saúde, o presidente fala: ‘Olha vamos par um programa de exceção'”, complementou o ministro.

O ministro afirmou que a crise do novo coronavírus exigiu um plano emergencial do governo, mas que a agenda de reformas econômicas deve continuar. Sobre o programa Pró-Brasil, apresentado na semana passada pelo ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, o ministro se limitou a dizer que “são estudos na área de infraestrutura e construção civil”, com o objetivo de ajudar o país na “arrancada de crescimento”.

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“Isso vai ser feito dentro dos programas de recuperação de estabilidade fiscal nossa”, afirmou o ministro.

“O Tesouro não investe, o Tesouro é o caixa. Quem investe é o governo, se decidir. E o governo, sim, aumenta investimentos em infraestrutura”, afirmou. “Acabamos de conversar com ministro Tarcísio, não tem problema nenhum. O que não podemos fazer é justamento planos nacionais de desenvolvimento, como era antigamente, porque a nossa direção é outra. O excesso de gastos de governo corrompeu a democracia brasileira, estagnou a economia brasileira”, continuou.

Nos bastidores, há um confronto entre Paulo Guedes e Rogério Marinho, que foi seu secretário especial da Previdência e Trabalho e hoje atua como ministro do Desenvolvimento Regional. O chefe da economia está incomodado com a postura de seu ex-subordinado, que tem defendido expansão de gastos na crise e se aproximado da ala militar do governo.

Na coletiva de imprensa, Guedes também disse que, nesta semana, o Congresso Nacional deverá aprovar programa para descentralizar recursos aos estados e municípios, mas com contrapartidas como a suspensão de reajuste a servidores públicos. O ministro, porém, ressaltou que o governo não trabalha com a ideia de redução de salários de servidores.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.