Henry Paulson detalha proposta de reforma do sistema financeiro dos EUA

Secretário do Tesouro sugere instrumentos regulatórios mais fortes para enfrentar a crise; extensão ao poder do Fed

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, anunciou nesta segunda-feira (31), os detalhes de um programa de reforma no sistema regulador financeiro do país. “Quando olhamos para nosso sistema de regulamentação, uma lacuna de compreensão e desenho é evidente”, afirmou o secretário. A última grande reforma do sistema foi feita durante a Grande Depressão, que teve início em 1929.

Novas agências

O secretário afirmou que, com a reforma, quer garantir que os reguladores hoje em atuação, como o Federal Reserve e a SEC (Securities and Exchange Commission), se comuniquem melhor. Ele disse acreditar que um sistema financeiro forte é importante não apenas para os negócios em Wall Street, mas também para os trabalhadores norte-americanos.

Paulson, além disso, revelou que outras agências regulatórias podem ser criadas pelo Congresso, com o objetivo de garantir a estabilidade, a segurança e a saúde dos mercados, através de garantias dadas pelo próprio governo. Ele salientou que qualquer sugestão é apenas um ponto de partida para decisões que serão feitas pelos legisladores do país.

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Poder maior ao Fed

Paulson sugeriu que o Fed tenha maior autoridade sobre bancos de investimentos, seguradoras e hedge funds, “para assim limitar o risco sistêmico”, explicou. Além disso, ressaltou a importância de uma estrutura que esteja de acordo com a situação atual do sistema financeiro, e “que possa ser mais flexível e se adaptar a mudanças, que possa nos permitir lidar efetivamente com deteriorações inevitáveis do mercado”.

No discurso, ele ainda revelou a intenção de integrar a SEC com a Commodity Futures Trading Commission.

O secretário também propôs a diferenciação entre os leilões de créditos oferecidos pelo Fed daqueles realizados para “estabilizar os mercados”. Este últimos seriam estendidos para financiadoras federais e privadas, além de atender aos bancos.

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Modernizar o sistema

“Esse modelo tem a intenção de iniciar o debate para que repensemos a estrutura regulamentária vigente e seus objetivos”, explica a introdução do programa do Tesouro. “Não estou dizendo que uma reforma pode solucionar os problemas atuais do sistema financeiro, mas que é necessário ter agências desenvolvidas para o mundo em que vivemos”, ressaltou Paulson.

Alguns agentes do mercado disseram que uma reforma só será válida se conseguir ajudar os investidores a entender e valorar as complexas companhias e seguradoras de títulos que foram a raiz do tumulto iniciado no ano passado. Colin Barr, colunista da revista norte-americana Fortune acredita que “aumentar a transparência (dos mercados) não será fácil, mas é um primeiro passo necessário para qualquer recuperação”.

“Acredito que a cada cinco ou dez anos uma crise pode surgir, mas com instrumentos mais fortes e maior transparência poderemos enfrentá-las com mais precisão”, afirmou Paulson durante o discurso.

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