Haddad vai apresentar “Desenrola” a Lula na semana que vem; programa para endividados deve ser lançado em fevereiro

Ideia é possibilitar o retorno de milhões de brasileiros ao mercado de consumo e acesso a crédito; governo pretende incluir pequenas empresas

Marcos Mortari

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira (31), que vai apresentar, na semana que vem, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) os detalhes do programa “Desenrola”, voltado à renegociação de dívidas. Segundo ele, o lançamento está previsto para fevereiro.

Depois de participar com representantes do setor financeiro em encontro promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, acompanhado das ministras Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos).

O “Desenrola” é uma promessa de campanha feita por Lula com o intuito de reduzir o elevado número de famílias endividadas no país. A ideia é possibilitar o retorno de milhões de brasileiros ao mercado de consumo e acesso a crédito. O governo também planeja atingir pequenas empresas com o programa.

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Questionado se o programa foi assunto na reunião com banqueiros, Haddad disse que ele vem sendo discutido “desde a segunda semana de janeiro” com o setor, mas não entrou em detalhes sobre como funcionaria a possível parceria.

Em conversa com jornalistas ao final do evento, Haddad voltou a defender as agendas de reforma tributária e de democratização do crédito no Brasil e prometeu a apresentação da proposta de novo arcabouço fiscal para o país até abril – quatro meses antes do prazo estabelecido pela PEC da Transição.

“A questão do crédito entrou na ordem do dia”, disse. O ministro destacou o atual patamar da taxa básica de juros (a Selic), a 13,75% ao ano, e disse ter “preocupação” com eventual retração do crédito no Brasil. Ele voltou a defender a implementação de uma “agenda rápida de crédito no país”, em parceria com o Banco Central, com sistema de garantias, diminuição do spread e melhoria do ambiente de concorrência.

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“Esse é um grande impedimento para o crescimento econômico. O crédito caro impede os negócios. Você simplesmente fica em uma situação travada, porque o lucro é menor do que os juros, e aí você não consegue viabilizar a atividade econômica”, afirmou.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.