Haddad tenta justificar escândalos em governos do PT e lembra programas sociais no JN

O ex-prefeito foi entrevistado nesta sexta-feira pelos âncoras do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcelos.

Weruska Goeking

Brasília- DF 27-10-2016 Fernando Haddad (PT/SP) Prefeito de São Paulo durante entrevista no Palácio do PlanaltoFoto Lula Marques/ AGPT

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SÃO PAULO – O ex-prefeito da cidade de São Paulo e candidato à Presidência pelo PT, em substituição a Lula, Fernando Haddad foi entrevistado na noite desta sexta-feira (14) pelos âncoras do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcelos.

Logo no início, ao cumprimentar os entrevistadores e os telespectadores, Haddad deu “boa noite” também a Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba (PR), dizendo que o ex-presidente era quem os brasileiros gostariam de ver concorrendo na eleição. 

Os minutos seguintes foram dedicados a perguntas que tocam no ponto mais sensível da candidatura petista: os escândalos de corrupção ocorridos durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. Haddad rebateu afirmando que os órgãos responsáveis por investigações, como a Polícia Federal e o Ministério Público, foram fortalecidos no período em que o PT esteve no Palácio do Planalto. “Sem tomar partido, sem proteger amigos, sem perseguir adversários”, disse.

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O candidato defendeu que os delatores envolvidos na Operação Lava Jato disseram em depoimento que a corrupção na Petrobras datavam de “tempos remotos” e não era um problema de exclusividade da gestão petista. “Não estou aqui para dizer que não houve falha. A administração pública avançou muito, direta e indiretamente, mas as estatais ficaram mais desguarnecidas”, disse.

Ao ser questionado sobre o envolvimento de membros do partido nos casos de corrupção, Haddad disse que não é correto imputar culpa em pessoas que ainda estão sob investigação e que, mesmo nos casos de condenados, o Judiciário é passível de erro. Ele ainda citou casos em que a Rede Globo de Televisão é alvo de investigação em alguns processos e isso não significava necessariamente que a TV cometeu infrações. “Muitas pessoas são investigadas e estão sendo absolvidas”, rebateu. 

Questionado sobre as investigações que recaem sobre si, Haddad negou a possibilidade de qualquer envolvimento seu em irregularidades na administração pública e questionou as motivações para esse tipo de denúncia vir à tona há menos de um mês para o primeiro turno das eleições deste ano. Vale lembrar que o Ministério Público propôs uma ação civil de improbidade administrativa contra Haddad no início deste mês. O processo cita a operação Cifra Oculta, deflagrada pela Polícia Federal para investigar João Vaccari Neto, que na época era tesoureiro do PT. Vaccari teria pedido dinheiro a Ricardo Ribeiro Pessoa, controlador da UTC Participações, para o pagamento de dívidas com gráficas responsáveis pela impressão de material de campanha do ex-prefeito em 2012. 

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Segundo Haddad, a acusação é uma retaliação da UTC, que teve uma de suas obras em São Paulo suspensa após 44 dias da gestão do ex-prefeito por indícios de superfaturamento. “Foram me denunciar sem provas. Esses promotores que me denunciaram estão sendo investigados”, disse.

Os entrevistadores lembraram ainda que não era a primeira vez que Haddad surgia em uma eleição indicado por Lula. Em 2012, quando se elegeu prefeito de São Paulo também carregava o apadrinhamento do líder petista. Quatro anos depois, no entanto, Haddad se tornou o primeiro candidato à reeleição na capital paulista a perder ainda no primeiro turno. Questionado sobre a falta de apoio na cidade que governou, Haddad respondeu que o país vivia um “clima atípico” em 2016, ano do impeachment de Dilma, com manifestações e polarizações políticas, o que teria prejudicado seu desempenho na corrida eleitoral. 

Confrontado com a crise em que o país entrou – e permanece – desde o governo Dilma, o candidato respondeu que, embora o partido tenha cometidos alguns erros na condução da política econômica nos primeiros anos da gestão da presidente, foi a “sabotagem” da oposição que teria afundado o país.

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Haddad citou entrevista do ex-presidente do PSDB, Tasso Jereissati, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na quinta-feira (13), para apoiar seu discurso. Na entrevista, o senador reconhece que o PSDB cometeu “erros memoráveis”, sendo o primeiro deles ter questionado o resultado das eleições em 2014. Esse ponto foi reiteradamente apontado por Haddad como ponto de partida para uma crise política que culminou na crise econômica. 

Jereissati disse ainda que o segundo erro do partido foi votar contra princípios básicos da legenda, sobretudo na economia, só para ser contra o PT. Essa declaração também foi usada por Haddad em defesa de seu partido. “A sabotagem que ela [Dilma] sofreu teve mais influencia na crise do eventuais erros cometidos antes de 2014”, enfatizou.

Ao fim, Haddad lembrou de programas sociais criados durante os governos petistas, como o Luz Para Todos, o Prouni e o FIES, mirando os votos dos eleitores beneficiados por eles e que, em outros momentos, deram seu voto para o partido. 

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“Geramos 20 milhões de empregos em 12 anos, em 12 anos de normalidade democrática. A partir do momento que oposição questionou a validade das eleições, entramos em crise. Podemos sair dela se recuperarmos o projeto que vinha dando certo”, disse no minuto final a que tinha direito para falar diretamente aos potenciais eleitores. 

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