Haddad: taxar encomendas feitas em sites estrangeiros vai garantir livre concorrência

Ministro da Fazenda disse que críticas ao fim da isenção a varejistas internacionais são fruto de desinformação

Luís Filipe Pereira

Fernando Haddad (Diogo Zacarias / MF)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (13) que a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de acabar com a isenção para encomendas internacionais de até US$ 50 visa garantir isonomia na concorrência entre as varejistas brasileiras e empresas de fora do país.

Em entrevista a veículos de comunicação brasileiros em Xangai, o ministro que integra a comitiva brasileira em visita ao país asiático disse que as críticas à taxação proposta a varejistas internacionais é fruto de desinformação e acrescentou que a medida também pretende coibir o contrabando de mercadorias.

Em falas anteriores, Haddad havia afirmado que muitas dessas empresas fazem o envio das compras como se a transação fosse entre duas pessoas físicas, o que também representa ilegalidade.

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“Ninguém está querendo coibir o comércio eletrônico porque é uma realidade que veio para ficar. Tem empresas que cumprem a legislação brasileira e tem empresas que não cumprem. A concorrência entre empresas brasileiras e estrangeiras tem que ser leal para que o consumidor seja beneficiado”, defendeu o ministro.

Moeda alternativa

Haddad endossou o ponto de vista apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defendeu a busca por uma alternativa ao dólar para as trocas comerciais entre países dos Brics. Segundo o ministro, a iniciativa seria uma tentativa de encontrar, em conjunto, uma saída para o cenário de “crises sobrepostas dos últimos anos”.

“Nós já fizemos comércio em moedas locais, por crédito recíproco, tem várias modalidades de comércio bilateral que não precisam de uma moeda de um terceiro país para acontecer”, disse.

“E o presidente Lula tem o desejo de patrocinar esse tipo de comércio bilateral sem essa necessidade ou com a intermediação de uma outra moeda que faça parte de um bloco de países que estão comercializando muito hoje… vamos pensar em comércio bilateral com moedas locais.”

Questionado se a aproximação com a China e a intenção de tornar as relações comerciais entre os países independente do dólar poderiam representar algum tipo de desgaste na relação com os Estados Unidos, Haddad disse que historicamente o Brasil “sempre dialogou com todos os quadrantes do planeta sem privilegiar fortemente ninguém”.

A China é uma das principais aliadas da Rússia e tem defendido negociações de paz para colocar fim à guerra na Ucrânia, invadida em fevereiro do ano passado por tropas russas. Lula, por sua vez, tem defendido que um grupo de países, que inclua a China, busque intermediar conversas de paz.

O ministro afirmou que há grande interesse do país asiático de investir no Brasil e citou, por exemplo, os setores de telecomunicações e automotivo e o interesse chinês em obras de infraestrutura no Pará e na Bahia.

(com Reuters)

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