Em meio a impasse com MP da reoneração, Haddad interrompe férias e encontra articuladores do governo

Ministro da Fazenda participou de evento de repúdio ao 8 de Janeiro e conversou com o presidente do Senado

Equipe InfoMoney

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fez uma breve interrupção das suas férias e participou na tarde de segunda-feira (8) de evento “Democracia Inabalada”, contra os atos golpistas de 8 de Janeiro, além de aproveitar a ida a Brasília para encontrar articuladores políticos do governo, no momento em que a Medida Provisória que prevê a reoneração gradual da folha de pagamentos (MPV 1202/2023) está sob críticas de empresários e de parlamentares.

A reunião foi com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT); o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP); e o número 2 da Fazenda, Dario Durigan (o secretário-executivo da pasta está á frente das negociações da medida enquanto Haddad está de férias).

Haddad não falou durante o ato, que aconteceu no Congresso e contou com discursos de autoridades como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Senado (e do Congresso), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é também o relator das investigações sobre os ataques aos Três Poderes.

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Haddad está de férias desde o dia 2 e, a princípio, só voltaria à função na próxima segunda-feira (15). Mas pausou as férias ontem e hoje para marcar presença no evento idealizado para condenar os ataques registrados há um ano em Brasília. A previsão é que o ministro volte ao descanso amanhã, quarta-feira (10).

Impasse no Senado

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A MPV 1202/2023, que modificou regras de incentivos fiscais, acabou com o benefício do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e impôs um limite para compensação anual de créditos decorrentes de decisões judiciais, é inclusive o primeiro risco de derrota para Lula no Congresso em 2024.

Randolfe contemporizou esse risco e disse estar “confiante” de Pacheco não devolverá o texto ao Planalto. Haddad foi ao evento de ontem acompanhado do seu número 2, e antes de a cerimônia começar ambos conversaram brevemente com o presidente do Senado, em clima descontraído.

O senador mineiro convidou líderes partidários para uma reunião nesta terça às 9 horas, mas há grandes chances de o encontro não ocorrer devido à ausência de parlamentares na capital federal. Pacheco quer ter um termômetro sobre a MP da reoneração, devido aos pedidos para que devolva o texto e impeça sua tramitação. No dia em que a medida foi publicada, ele afirmou que faria uma “análise apurada do teor” e que via a decisão do governo com “estranheza”.

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(Com Estadão Conteúdo)