Haddad: Financiamento da exportação para a Argentina depende de garantias

Ideia é assegurar o pagamento de empresas brasileiras pelos produtos exportados ao país vizinho e evitar perda de mercado para manufaturados

Marcos Mortari

Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira (2), que os governos brasileiro e argentino estão estudando formas de garantia para assegurar o pagamento de empresas brasileiras pelos produtos exportados ao país vizinho.

“O que queremos é não perder espaço de exportação para a Argentina. São mais de 200 empresas brasileiras que não só não estão exportando como muitas não estão recebendo, estão com valor retido na Argentina em razão da falta de divisas”, disse o ministro em rápida conversa com jornalistas.

“Vamos sentar hoje para verificar se é possível levar ao presidente uma solução para isso, que obviamente tem que assegurar que os nossos exportadores recebam pelo produto exportado”, pontuou.

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Segundo Haddad, a ideia é construir uma “solução mediada”, mas que necessariamente passará pela oferta de garantias por parte do governo argentino. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberá seu homólogo argentino, Alberto Fernández, no Palácio da Alvorada às 17h (horário de Brasília).

[A Argentina oferecerá garantias] Necessariamente. Para que possamos garantir que esse fluxo não seja interrompido. A forma de dar essa garantia que está sendo estudada desde janeiro”, salientou.

Durante a rápida entrevista aos jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda, em Brasília, Haddad disse que técnicos da equipe econômica trabalharam durante o final de semana para encontrar uma solução para os problemas enfrentados por empresários brasileiros em meio à falta de divisas internacionais no país vizinho.

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No domingo (30), o secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, afirmou, em entrevista ao canal GloboNews, que a equipe econômica discute a criação de uma espécie de “crédito de exportação” para as empresas brasileiras que vendem para companhias argentinas.

Na entrevista, ele destacou que a necessidade da linha de crédito tem um agravante neste ano, por conta da seca na Argentina, que reduziu em 40% as exportações do país e acarretou em problemas com divisas internacionais no país.

A falta de mecanismos de crédito com garantias para as companhias brasileiras, na avaliação da equipe econômica, tem sido uma das principais causas para a perda de participação no mercado argentino, sobretudo em produtos de maior valor agregado – posição tomada principalmente por companhias chinesas por terem maior acesso a esse tipo de modalidade.

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A ideia em discussão no governo brasileiro é utilizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como agente financiador das empresas nessas exportações, desde que seja possível o cumprimento de condicionantes.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.