Haddad defende “reglobalização sustentável” e diz que PIB deve crescer 2,5% em 2024

Em pronunciamento na Fiesp, ministro da Fazenda fala em "globalização sob novos termos" e mostra otimismo sobre a economia brasileira

Fábio Matos

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Foto: Diogo Zacarias/MF)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu, nesta quarta-feira (27), o que chamou de “reglobalização sustentável” nos aspectos econômico, social e ambiental. O chefe da equipe econômica destacou a importância do Brasil no cenário mundial e disse que um dos objetivos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reaproximar o país da Europa.

Haddad participou do Fórum Econômico Brasil-França, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. O evento também conta com a participação do presidente da França, Emmanuel Macron, que está em visita oficial ao Brasil.

“O governo do presidente Lula traz uma oportunidade muito importante para o Brasil, sobretudo na abertura do nosso país para relações bilaterais e multilaterais, há muito tempo deixadas de lado. Temos uma relação histórica com os Estados Unidos, a Europa e a China, esses três grandes blocos econômicos, além dos nossos vizinhos no Mercosul”, disse Haddad.

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“Queremos fortalecer o nosso bloco regional, mas não no sentido de patrocinar o isolamento e o protecionismo à moda antiga. A nossa pretensão é propor uma reglobalização sustentável do ponto vista econômico, social e ambiental”, prosseguiu o ministro da Fazenda.

Segundo Haddad, “o mundo está se fechando, e o Brasil entende que seria desejável para o futuro repensar a globalização sob novos termos”.

“Nós somos credores líquidos. Apesar de sermos um país de renda média, o país é um credor líquido internacional. O Brasil tem reservas cambiais que estão chegando ao nível de US$ 360 bilhões. Temos uma inflação que está dentro da banda do regime de metas”, destacou Haddad em seu pronunciamento.

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PIB acima do esperado

Em sua fala, o ministro da Fazenda voltou a afirmar que espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registre, em 2024, um crescimento maior do que a atual projeção do próprio governo, de 2,2%.

“Muitos analistas do mercado previam que o Brasil cresceria menos de 1% no ano passado e nós crescemos 2,9%. Eu imagino que esse número ainda será revisto pelo IBGE”, disse Haddad.

“Neste ano, as próprias estimativas do governo, que preveem crescimento de 2,2%, devem ser revistas nos próximos meses, apontando para um crescimento de 2,5% ou acima. Nós devemos surpreender as projeções do mercado e crescer um pouco mais”, completou.

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Reforma tributária

Haddad aproveitou o discurso na Fiesp para destacar, mais uma vez, a aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional, no fim do ano passado. O ministro pretende encaminhar, até o dia 15 de abril, os projetos de lei que regulamentarão a reforma.

“No mês que vem, estamos encaminhando a lei complementar que vai regulamentar essa reforma tributária, aguardada há 40 anos. Isso vai ser muito importante para o aumento da produtividade da economia brasileira, sobretudo para quem pensa grande”, disse Haddad. “A lei complementar de regulamentação também vai surpreender positivamente os mais céticos em relação à economia brasileira.”

Taxa de juros

Em seu discurso, Fernando Haddad falou também sobre a queda da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 10,75% ao ano após seis reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

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“A taxa de juros começou a cair em agosto do ano passado, vem caindo e tem espaço para cair. Espero que o BC não se assuste com o número de empregos que foram gerados no mês passado. Nós temos condição de crescer com inflação baixa. Já provamos que isso é possível”, concluiu Haddad.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Além do InfoMoney, teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”.