Haddad chega a Davos com mensagem de compromisso fiscal, sustentabilidade e defesa da democracia

Comandante da Fazenda fará "dobradinha" com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que também representa o governo brasileiro no evento

Marcos Mortari

Posse de Fernando Haddad (Reuters)

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Em sua primeira viagem internacional após assumir o comando do Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (PT) diz que sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), buscará transmitir aos agentes econômicos globais a mensagem de que as reformas econômicas no Brasil caminham junto com os objetivos de sustentabilidade.

Haddad chegou à Suíça nesta segunda-feira (16). Ele fará uma “dobradinha” com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), que também representa o governo brasileiro no evento.

No primeiro dia de agenda do comandante da Fazenda constam dois compromissos: um encontro com Achim Steiner, chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), às 14h30 (horário de Brasília), e outro com Ilan Godfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), às 15h.

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É a primeira vez que Haddad e Ilan se encontram desde que o ex-presidente do Banco Central (BC) foi eleito para o comando do BID – processo, inclusive, que contou com oposição de aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tentaram adiar a votação e evitar que a indicação feita pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) fosse exitosa.

Os compromissos de Haddad ocorrem na semana seguinte ao anúncio de um conjunto de medidas voltadas ao equilíbrio das contas públicas. Juntas as iniciativas têm impacto fiscal potencial de R$ 242,7 bilhões. A expectativa da pasta é que seja possível encerrar 2023 ao menos com um déficit menor que 1% do Produto Interno Bruto (PIB). As sinalizações foram vistas como positivas por agentes econômicos, embora excessivamente voltadas ao lado da receita.

Em conversa com jornalistas, Haddad destacou que o modelo de economia defendido pelo Brasil é o da “retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental e justiça social”. O ministro disse que o Brasil pode contribuir muito no crescimento aliado à sustentabilidade e está preparado para assumir o lugar que a comunidade internacional espera do país.

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“A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer, não apenas em termos da retomada dos compromissos históricos, com o combate ao desmatamento e [o uso de] energia renovável, mas, também, na pauta do desenvolvimento”, afirmou.

Após atos golpistas que culminaram na invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), Haddad manifestou “o compromisso do Brasil com o combate a todo tipo de extremismo que vem dando a tônica no último período” e enfatizou a resposta imediata dada pelas instituições brasileiras.

“No dia seguinte, houve uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal, o afastamento judicial do governador do DF, a visita dos 27 governadores a Brasília, que se reuniram com os três Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – num gesto de compromisso com a Constituição e com a agenda democrática. Acredito que a própria maneira como o presidente Lula vem se comportando, e a receptividade que ele vem tendo tanto no Congresso, quanto no Judiciário, é a prova de que nós estamos no bom caminho”, exaltou.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.