Haddad: 1º quadrimestre foi “excepcional”, mas Rio Grande do Sul será desafio

Durante audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda disse também que o cenário externo gera desafios para a economia brasileira, como o nível dos juros internacionais, especialmente dos Estados Unidos

Equipe InfoMoney

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 28/12/2023 (Reuters/Adriano Machado)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta quarta-feira (22), que o primeiro quadrimestre de 2024 foi “excepcional” para as contas públicas do país, mas ponderou que ainda não é possível ter a dimensão exata do desafio econômico que será gerado pela tragédia climática no Rio Grande do Sul.

“O Rio Grande do Sul, para nós, é uma questão que temos que enfrentar, questão humanitária, econômica, social… Não vamos nos furtar a atender o Rio Grande do Sul”, disse Haddad, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para discutir a política econômica do país.

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O ministro questionou se é razoável sair de um déficit contratado de mais de R$ 200 bilhões para um equilíbrio fiscal no período de um ano. “É isso que pode acontecer”, comentou, em referência à meta primária de déficit zero.

Haddad também voltou a defender a harmonização entre a política e a questão fiscal. “Sempre defendi a tese de que as políticas fiscal e monetária têm de se harmonizar. São braços do mesmo organismo, não são organismos diferentes. Ou seja, elas têm que andar firmemente juntas”, afirmou.

Segundo o ministro, com políticas fiscal e monetária mais saudáveis, é possível garantir um ciclo virtuoso à economia brasileira.

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Haddad reforçou, ainda, o desejo de que a economia gaúcha se recupere o mais rápido possível e destacou que haverá reforço nacional em prol da reconstrução do Estado, com parceria entre Executivo e Legislativo.

“Não tem céu de brigadeiro”

Durante a audiência na Câmara, o ministro da Fazenda disse também que o cenário externo gera desafios para a economia brasileira, como o nível dos juros internacionais, especialmente dos Estados Unidos. Também citou que deve haver atenção à guerra comercial, em um cenário em que a China “despeja” mercadorias muito baratas em outros países, e à inflação na economia norte-americana e na Europa.

“Não tem céu de brigadeiro, tem que tomar cuidado com muita coisa”, reforçou o ministro. Apesar das adversidades externas, Haddad citou que o Brasil pode fazer um ajuste fiscal com baixo custo social já que “não deve nada a ninguém”, não depende do Fundo Monetário Internacional (FMI) e tem uma reserva de dólares robusta.

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Durante a audiência, o ministro citou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)em impulsionar investimentos, como medidas referentes ao setor de aço e cerca de R$ 100 bilhões que poderão vir com o setor de celulose.

(Com Estadão Conteúdo)

Acompanhe a audiência pública com Fernando Haddad (PT) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara:

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