Guido Mantega e Arno Augustin devem ser considerados culpados pelas “pedaladas fiscais”

Segundo informações da coluna do jornalista Kennedy Alencar, o TCU pode condenar administrativamente o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Conforme destacado por diversos veículos de imprensa, como os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, o julgamento marcado para a próxima quarta-feira pelo TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as contas do governo Dilma Rousseff pode terminar com um desfecho inédito: os ministros podem reprovar as contas por conta das “pedaladas fiscais”. As pedaladas são atrasos propositais no repasse de recursos públicos a bancos, de forma a melhorar as contas do governo. 

E, segundo informações da coluna do jornalista Kennedy Alencar, o TCU pode condenar administrativamente o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin.

Segundo o jornalista, o Palácio do Planalto já foi visado de que Mantega e Augustin deverão ser apontados como os principais culpados pelo que o TCU considera manobras irregulares.

Continua depois da publicidade

Cabe destacar que há uma análise das contas do governo e outra específica das “pedaladas fiscais”. Nesta questão, a presidente não é alvo direto. Por outro lado, as condenações de Mantega e Augustin dariam gás à oposição, ressalta Alencar.

O relatório 
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o relatório técnico que vai embasar a decisão do Tribunal aponta que R$ 37,1 bilhões gerados pelas pedaladas fiscais foram omitidos do balanço de 2014. O tribunal tratou essa omissão como “passivo oculto”.

O relatório aponta que as distorções no balanço somam R$ 281 bilhões. Neste número estão incluídos desde restos a pagar (despesas adiadas para o ano seguinte) que não foram registrados corretamente pelo governo a divergências contábeis na dívida ativa da União.

Continua depois da publicidade

No caso das pedaladas, o relatório menciona o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal e o BNDES. Eles pagaram, com recursos próprios, benefícios como Bolsa Família, seguro-desemprego, aposentadorias e financiamento agrícola subsidiado. Essa manobra fiscal já foi condenada pelo TCU, em julgamento em abril.

Entre outras “distorções”, o relatório do TCU menciona a Operação Lava Jato e revela que a União perdeu R$ 14,7 bilhões em sua participação na Petrobras no ano passado. Essa perda patrimonial não foi registrada nas contas do governo.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.