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A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira (12) a Operação Teatro Invisível, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida na disseminação de informações falsas sobre candidatos durante campanhas eleitorais municipais. Quatro indivíduos foram detidos preventivamente. As investigações revelam que o grupo atuava desde 2016, tendo influenciado pelo menos três eleições em 13 cidades do estado do Rio de Janeiro.
Segundo a investigação, a organização estruturou um sistema de contratação de pessoas que recebiam orientações de coordenadores para espalhar desinformação sobre candidatos rivais. Os contratados, com um salário aproximado de R$ 2 mil mensais, se infiltravam em locais de grande circulação, como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, para propagar falsas alegações sobre os adversários políticos. Os coordenadores do esquema recebiam até R$ 5 mil.
A PF investiga ainda se, durante o período eleitoral, esses coordenadores deixavam seus cargos públicos, nomeando “laranjas” e funcionários fantasmas para assumir suas funções.
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Os propagadores de fake news eram obrigados a apresentar relatórios diários aos seus superiores, detalhando o número de eleitores abordados, a quantidade de votos para cada candidato e o total de eleitores convencidos a apoiar o candidato favorecido pelo esquema.
“A disseminação de informações falsas na internet gera consequências. No entanto, a propagação de mentiras em ambientes físicos, além de conferir maior credibilidade, não deixa rastros evidentes”, afirmou o delegado Cláudio Monteiro, segundo reportagem do jornal O Globo. “Isso compromete a democracia e o processo eleitoral, pois o eleitor pode ser induzido a votar com base em informações enganosas, contrariando sua verdadeira vontade”.
Prisões
Os agentes cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, emitidos pela 8ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro. Além disso, a PF conseguiu o bloqueio de R$ 1 milhão de cada um dos investigados. A PF também apreendeu R$ 188 mil em dinheiro, dois veículos blindados adicionais, documentos e dispositivos de armazenamento eletrônico.
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Eles são acusados de organização criminosa, desvio de funcionários públicos para atuar na quadrilha, utilização de “laranjas” para contornar restrições legais, lavagem de dinheiro, assédio eleitoral e crimes eleitorais relacionados à desinformação.
Segundo O Globo, um dos presos, Bernard Rodrigues Soares, atualmente presidente municipal do União Brasil em São João de Meriti, já exerceu funções como secretário de Comunicação e Eventos da cidade e superintendente de Comunicação da prefeitura de Miguel Pereira. Em 2021, recebeu uma moção de aplausos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), proposta pelo deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que agora concorre à prefeitura de São João.