Greve nos Correios atinge 9 estados e TST tenta destravar negociação salarial

Tribunal apresenta proposta e cobra votação urgente em assembleias da categoria

Marina Verenicz

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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A greve dos trabalhadores dos Correios ganhou tração nesta semana e expôs o impasse entre a categoria e a direção da estatal em torno de salários e do acordo coletivo. A paralisação começou na noite de terça-feira (16), após a aprovação do movimento por 12 sindicatos em nove estados, enquanto outras 24 entidades permanecem em estado de greve e avaliam aderir nos próximos dias.

Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro já registram impactos da mobilização. Os Correios, porém, afirmam que a adesão é parcial e que medidas emergenciais foram adotadas para preservar o funcionamento dos serviços considerados essenciais à população.

Com o agravamento do conflito, o Tribunal Superior do Trabalho entrou em campo para tentar uma solução negociada. Nesta quarta-feira (17), o vice-presidente do TST, ministro Caputo Bastos, informou que uma proposta de conciliação foi construída em audiência com representantes da empresa e dos sindicatos. O magistrado determinou que o conteúdo seja levado, com urgência, às assembleias-gerais da categoria para deliberação.

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Se houver aprovação, uma audiência para a assinatura do novo Acordo Coletivo de Trabalho está marcada para o dia 26 de dezembro, em Brasília. Caso contrário, o processo retorna ao tribunal para nova análise.

A disputa acontece em um momento sensível para os Correios, que enfrentam dificuldades financeiras e buscam rever cláusulas do acordo coletivo. Na semana passada, a própria empresa recorreu ao TST diante do impasse nas negociações.

Embora sejam empregados públicos, os trabalhadores da estatal são contratados pelo regime da CLT, o que abre espaço para negociação direta de salários e benefícios.

Entre os principais pontos de tensão estão vantagens previstas no acordo atual, como gratificação maior nas férias e pagamento de horas extras com valores acima do mínimo legal em fins de semana e feriados. Parte desses benefícios foi incorporada recentemente, quando a empresa já operava sob restrições orçamentárias, o que ampliou o desgaste entre gestão e trabalhadores.