Greve Geral: professor explica por que “apoia, mas é contra” as manifestações que se espalharam pelo Brasil

O assunto greve geral foi o mais comentado no Brasil e, em postagem no Facebook, o professor  da LabFin FIA Alexandre Cabral mostrou prós e contras de cada um dos lados

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A “greve geral” foi o assunto mais comentado das redes sociais desde quinta-feira e dividiu opiniões entre apoiadores do direito de greve e críticos aos motivos que fizeram essas pessoas trocarem as horas de trabalho por protestos. (veja mais clicando aqui). 

Mas um dos comentários chamou a nossa atenção, pois conseguiu fugir da discussão ideológica e política que estava enraizada em muitos posts no Facebook e mostrou os prós e contras de cada um dos lados. A postagem, intitulada “Greve Geral – Apoio e sou contra”, foi feita no perfil do Facebook do professor da LabFin FIA, Alexandre Cabral (segue o perfil e página dele na rede social). 

Confira o post de Alexandre Cabral:

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Greve Geral – Apoio e sou Contra
Apoio:
a. Todo ser humano tem direito à greve (com exceção de algumas categorias).
b. A Reforma da Previdência, que antes eu apoiava, está virando um monstro, devido a vários interesses. A nova reforma não vai resolver quase nada. Na verdade só vai adiar o problema por alguns poucos anos, provavelmente em 5 anos falaremos dela novamente. Eu apoio a Greve nesse sentido, que está dando direito demais, ao contrário do movimento, que diz que está dando direito de menos.
c. Reforma da Previdência tratar militares, políticos e funcionários públicos com tanta regalia não é certo. Quem está pagando a Reforma da Previdência é a iniciativa privada.

Sou Contra:
a. O dia fez com que desmoralizasse por completo o movimento, ganhou a fama de feriadão de 4 dias.
b. Organizado por vários sindicatos que estão revoltados porque perderam o imposto sindical.
c. Parar transporte faz parte de uma tática de greve. Agora fazer barricada com fogo na rua, isso é coisa de bandido.
d. Sindicato dos Professores recomendar o fechamento das escolas porque não achava seguro. Isso é errado demais, estão com medo de invadirem e sequestrarem as crianças?
e. Quem mais vai apoiar o dia de hoje, é quem está tranquilo na vida: funcionário público federal.

Visão geral:
O principal culpado dessa greve é o governo. Como isso? Eles estão fazendo a reforma e não falam com o povo, estão indo a vários debates elitizados, eu por acaso fui em dois. Em um deles, um pedaço do PIB brasileiro estava no auditório. Faltou conflito de ideias e o grande culpado é sim o governo. Por que nunca colocaram o secretário da Previdência Social Marcelo Caetano debatendo com a Denise Gentil [pesquisadora da UFRJ e que refuta a ideia de crise na Previdência] em horário nobre? Por que tem que preservá-lo? Medo de que? Estão mudando a vida da população e ela tem que entender o que ocorre. Nunca foi explicado para a população que o temido 49 anos afetaria pouquíssima gente. Só que virou o principal argumento da oposição. Desculpe, mas o governo é culpado por isso.
=> Eu apoio a Greve Geral, mas não essa. Dia errado e reivindicações erradas. E parar o ir e vir (via barricada) de uma população não é coisa honesta (espero que o filho de nenhum deles esteja doente precisando de ajuda e preso em uma barricada que o próprio pai/mãe montou).
Qual seria a minha alternativa? Lembram dos R$ 0,20 [manifestações contra o aumento da tarifa do transporte público que acabaram levando aos extensos protestos de junho de 2013]? Foram passeatas que ocorreram após o expediente, atrapalhando poucas pessoas e deram resultado. Por que não fazem isso? Por que não proíbem o ir e vir dos deputados, fazendo barricada na porta da casa deles? Por que não convocam vários debates e chamem os deputados e senadores para o debate e quem se negar, publica o nome deles. Eu acho que existem modos mais interessantes de se reivindicar do que essa Greve Geral de hoje.
– Detalhe da greve: está afetando a população de mais baixa renda, porque a classe média vai trabalhar de carro ou de táxi/Uber. Mais uma tática errada, em vez de união está criando separação de classes.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.