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SÃO PAULO – Se a semana já prometia bastante no campo político com o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e movimentos importantes no Congresso, como a votação da reforma trabalhista em comissão do Senado, a noite desta segunda-feira (5) já trouxe muitas novidades que “não eram esperadas”. Confira os destaques:
Questionário da PF para Temer
A Polícia Federal enviou 84 perguntas para o presidente Michel Temer sobre a conversa que ele teve com o empresário Joesley Batista, dono da JBS. O presidente tem 24 horas para prestar esclarecimentos, mas, como definiu o ministro Luiz Edson Fachin, ele não é obrigado a responder as perguntas. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, entre as perguntas estão questionamentos sobre o fato de Temer receber o empresário tarde da noite e de forma não-oficial no Planalto, e por que ele não informou as autoridade sobre o que foi apresentado a ele naquela conversa. O questionamento faz parte do inquérito aberto contra Temer após a delação premiada dos executivos da JBS. Neste caso, o peemedebista é investigado pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. US$ 80 milhões da JBS para Lula e Dilma
A Procuradoria da República do Distrito Federal instaurou um inquérito para investigar o suposto repasse de US$ 80 milhões do Grupo J&F para os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, indicados na delação premiada dos irmãos Batista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Em sua delação, Joesley disse que, em 2009, foi criada uma conta para receber os repasses relacionados a Lula e, no ano seguinte, outra foi aberta para envio de valores relacionados a Dilma. No depoimento, o empresário contou pelo menos três casos de repasses de verbas para os petistas. Entre eles, ele afirmou que no mesmo ano, em dezembro, o BNDES adquiriu debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, “para apoio do plano de expansão”. “O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”, relatou Joesley. Segundo o empresário, em reunião com Mantega no fim de 2010, o petista pediu a ele “que abrisse uma nova conta, que se destinaria a Dilma”. Nesse momento, disse Joesley, foi perguntado ao ex-ministro se Lula e Dilma sabiam do esquema. “Guido confirmou que sim”, disse ele. Depoimento de Emílio Odebrecht “Eu dizia ao presidente: ‘você precisa se preparar para o Day After’. Então, quando ele saiu do governo, eu direcionei, não lembro a quem, para ajudar eles a se encontrarem”, disse Emílio segundo a revista Veja. “Se seria Instituto, ou Fundação, era minha orientação para ajudar a ele, já que desejava a promoção do Brasil na América Latina, na África”. Enquanto isso, o executivo da Odebecht Alexandrino Alencar afirmou o juiz federal Sérgio Moro que os R$ 12 milhões reservados para compra de imóvel para abrigar a sede do Instituto Lula era “contrapartida” “Entendo que em retribuição, a contrapartida ao que o próprio presidente Lula fez no passado, em função da importância dele no então governo (Dilma Rousseff) e, também, no futuro político do próprio ex-presidente Lula, na época”, afirmou Alencar, um dos 77 delatores da Odebrecht. As informações são do Estadão. Nova greve geral Para Sérgio Nobre, Secretário-Geral da CUT, as reformas precisam ser discutidas primeiramente nos espaços corretos, que seriam as centrais sindicais e não no Congresso. “O que gera emprego é investimento, não é reforma trabalhista, o País viveu momentos de quase pleno emprego e não precisou disso”, enfatizou. A greve geral ocorrida no último dia 28 de abril foi considerada pelas centrais sindicais a maior da história. Para rebater as criticas de falta de mobilização, as centrais prometem fazer uma grande mobilização no dia 20 de junho, com panfletagem e outros atos, com intuito de conscientizar a população. “Aqui em São Paulo os principais sindicatos estratégicos são da UGT: motoristas de ônibus, motoboys, limpeza de rua”, explica Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores. Para ele as categorias devem confirmar a data da nova greve geral. De acordo com as centrais, o julgamento a respeito da cassação da chapa Dilma-Temer no TSE não deve influenciar nessa nova agenda de protestos. “Mas enquanto Temer estiver no governo a instabilidade continua, e a instabilidade política leva à instabilidade econômica”, diz Nobre, da CUT. Também assinam a nota as centrais NCST, CGTB, CSB, CSP Conlutas, CTB, Intersindical e Pública – Central do Servidor. Leniência da J&F Além disso, o acordo prevê que a J&F realize investimentos em projetos sociais voltados essencialmente à educação e outras áreas conforme sugestão do MPF, no montante de R$ 2,3 bilhões. Outro destaque é a implantação de um novo programa de compliance e integridade, englobando as melhores práticas globais de governança corporativa. Por fim, a empresa disse que o acordo permite que a JBS e as demais empresas do grupo J&F negociem e renovem empréstimos com todo o sistema financeiro nacional, incluindo bancos públicos. (Com Reuters)
Ocorreu nesta segunda o interrogatório do empreiteiro Emílio Odebrecht sobre a partipação da companhia na compra do terreno do Instituto Lula, a qual ele negou estar a par da transação.
Em reunião realizada na manhã desta segunda, CUT, Força Sindical, UGT e outras sete centrais sindicais aprovaram um indicativo para uma nova greve geral, a ser realizada no próximo dia 30. A proposta ainda precisa ser referendada pelas categorias em cada Estado. Na pauta de reivindicações estão o fim da reforma trabalhista e da Previdência e a realização de eleições diretas.
Em comunicado ao mercado, a JBS (JBSS3) disse que recebe da J&F a confirmação de que a holding fechou um acordo de leniência com o Ministério Público. A companhia informou ainda, que o pagamento de R$ 10,3 bilhões serão feitos exclusivamente pela J&F, “resguardando os acionistas minoritários e a JBS de qualquer impacto financeiro decorrente do acordo, garantindo assim que os negócios da Companhia prossigam em seu ritmo normal, preservando empregos e oferecendo produtos e serviços de qualidade”.
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