Grécia tenta novamente chegar a acordo sobre medidas exigidas pela Troika

Perspectiva sobre definição é bem recebida diante de boatos de concessões do BCE relacionadas a bônus do governo grego

Mariana Mandrote

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SÃO PAULO – Os partidos gregos vão tentar novamente nesta quarta-feira (8) chegar a uma definição sobre um acordo quanto às medidas de austeridade em troca do segundo pacote de resgate, no intuito de evitar um default desordenado.

O encontro, inicialmente programado para segunda-feira, já foi adiado duas vezes por conta de reuniões do primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, com os representantes da Troika – entidade internacional formada pela União Europeia, FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BCE (Banco Central Europeu).

Na noite de terça-feira, Papademos realizou uma conferência de última hora com os credores internacionais para acertar os detalhes finais dos termos exigidos em troca da ajuda financeira de € 130 bilhões. Agora, a missão de Papademos é convencer os líderes dos partidos a aceitarem as reformas que devem se provar impopulares entre os cidadãos gregos.

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O encontro entre o premiê e os representantes políticos começou às 8h30 (horário de Brasília), de acordo com a imprensa internacional. A maior parte dos pontos foi definida no fim de semana, mas será pedido aos líderes que façam uma escolha entre as opções acerca de algumas questões fiscais.

De acordo com a mídia internacional, o documento que esboça as reformas que a Grécia precisa fazer para garantir o pacote de socorro chegou às mãos dos três principais líderes políticos gregos algumas horas antes do encontro.

BCE pode ajudar
Mesmo com os atrasos, a perspectiva sobre um novo pacote de resgate para o país é positiva, uma vez que o BCE (Banco Central Europeu) parece ter feito concessões importantes relacionadas ao bônus do governo da Grécia que possui.

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Segundo as fontes, citadas pelo Wall Street Journal, o BCE concordou em trocar os títulos gregos que comprou no mercado secundário no ano passado a um preço abaixo do valor de face, desde que as negociações para reestruturar a dívida da Grécia tenham um bom resultado.

A ideia é que o BCE, efetivamente, troque os bônus gregos por bônus do EFSF (Fundo de Estabilização Financeira). O EFSF não manterá os bônus em seu balanço financeiro, mas os devolverá para a Grécia e o país, então, reembolsará o fundo pelo preço pago pelos papéis quando comprados do BCE.