Governo indica Guido Mantega para conselho fiscal da Eletrobras

Para a vaga no conselho fiscal da companhia, o governo indicou Guido Mantega, segundo uma das fontes

Agências de notícias Felipe Moreira

Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no Ministério da Fazenda em Brasilia
04/12/2014
REUTERS/Ueslei Marcelino
Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no Ministério da Fazenda em Brasilia 04/12/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino

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O governo indicou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o conselho fiscal da Eletrobras (ELET3). A União também indicou Silas Rondeau, Maurício Tolmasquim e Nelson Hubner para o colegiado da companhia elétrica.

Os nomes serão submetidos, junto com os indicados por outros acionistas da companhia, à aprovação na próxima assembleia ordinária da Eletrobras, prevista para o fim de abril.

Procurada, a Eletrobras não comentou imediatamente o assunto.

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Nomes conhecidos do setor elétrico, Rondeau e Hubner foram ministros de Minas e Energia em gestões passadas de Luiz Inácio Lula da Silva. Tolmasquim também ocupou cargos na pasta e na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e hoje é diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras.

Já Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Lula e do governo Dilma Rousseff, chegou a ser cotado pelo governo no último ano para ocupar outros conselhos de administração, como o da Vale, mas a indicação não emplacou.

A eleição de conselho em abril marca a primeira grande reformulação do colegiado da Eletrobras desde a privatização, concluída em 2022 e cujo processo de “turnaround” está chegando ao fim, segundo declarações recentes do CEO, Ivan Monteiro.

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A companhia elétrica anunciou na véspera a assinatura do acordo com o governo federal para encerrar a disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o limite de poder de voto na companhia, um tema que aumentava o risco associado à empresa e vinha pesando sobre as ações na bolsa.

Com a negociação, o governo volta a ter representação em conselhos da Eletrobras, enquanto a companhia deixa de ter várias obrigações ligadas aos negócios de geração nuclear, dos quais continuou como sócia minoritária via Eletronuclear.

Vale (VALE3)

Lula já havia tentado emplacar Mantega na Vale, em 2024, mas não conseguiu devido à resistência dos acionistas privados. A ideia original do presidente era que Mantega comandasse a mineradora.

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Diante das resistências, tentou negociar uma vaga para ele no conselho de administração, mas o intento também não prosperou. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a sondar representantes dos acionistas para medir a rejeição ao nome de Mantega. Após o caso vir à tona, Silveira negou ter intercedido por Mantega.

Em 2016, Mantega foi inabilitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a assumir cargos públicos em razão de sua participação nas “pedaladas” fiscais no segundo governo Dilma Rousseff, e que levaram a então presidente ao impeachment. Em 2023, a ação foi extinta pelo Tribunal Regional Federal.

(Com Reuters e Estadão)