“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração”, diz Bolsonaro, que está sob investigação

Ex-presidente destacou que o protesto de hoje é "fotografia para o mundo do que é a garra e a determinação do povo brasileiro" e pediu anistia a presos do dia 8 de janeiro

Equipe InfoMoney

(Flicker Oficial - Palácio do Planalto/ Alan Santos/PR)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, neste domingo (25), a suposta participação em orquestrar um golpe de Estado após as eleições. A fala foi feita durante ato organizado pelo ex-mandatário e que reuniu milhares de apoiadores pelas ruas da capital paulista.

“O que é golpe? Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas pro seu lado, empresariais. Nada disso foi feito no Brasil”, destacou Bolsonaro, em forte discurso de defesa.

Bolsonaro foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF), no último dia 8 de fevereiro. A PF apura a existência de uma organização criminosa que atuou em uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito durante a gestão de Bolsonaro. O objetivo era manter o político no poder após a derrota nas eleições de 2022.

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O mandatário defendeu que o estado de sítio começa quando o presidente convoca os Conselhos da República e da Defesa, o que não teria ocorrido.

“O golpe é porque tem uma minuta de um decreto de Estado de defesa. Golpe usando a constituição?”, questionou. “Tenha Santa Paciência. Deixo claro que Estado de sítio começa com o presidente convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não”, acrescentou ex-chefe do Executivo.

Emendou: “Agora querem ‘entubar’ a todos nós que um golpe usando dispositivos da constituição, cuja palavra final quem dá é o parlamento brasileiro, estava em gestação. Creio que está explicada essa questão”.

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O presidente também destacou que o protesto de hoje é uma “fotografia para o mundo do que é a garra e a determinação do povo brasileiro”. “Essa fotografia está sendo inédita para todo o mundo”, concluiu.

Anistia aos manifestantes de 8 de janeiro e busca por pacificação

A manifestação deste domingo é a primeira de grande porte após a invasão de apoiadores radicais do ex-presidente a prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado.

Em sua fala, o ex-mandatário afirmou que busca agora a “pacificação” e que pretende “passar uma borracha no passado”. Bolsonaro também pediu um projeto de anistia, por parte do Congresso, aos presos do dia 8 de janeiro. “Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil”, disse.

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Já ao comentar sobre a punição a manifestantes que depredaram o patrimônio público, o ex-presidente disse que tais presos deverão pagar pelo crime cometido, mas reclamou que as penas aos demais presos “fogem ao mínimo da razoabilidade”.

No discurso neste domingo, o ex-presidente procurou não fazer nenhuma citação direta ou iniciar novos embates com o Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, apenas disse que há “abuso de alguns”, o que traz insegurança. Segundo vídeos disponíveis nas redes sociais, manifestantes também evitaram levar placas com ataques ao Judiciário.

Convocada por Bolsonaro, a intenção do ex-presidente era usar o ato de hoje para mostrar a mobilização da opinião pública em relação às suspeitas de que teria orquestrado uma tentativa de golpe. 

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Discurso aguardado após silêncio

A expectativa pelo discurso do ex-presidente era grande. Na última quinta-feira (22), Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da PF para prestar esclarecimentos sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, mas se valeu do direito de permanecer em silêncio diante dos investigadores.

A estratégia já havia sido antecipada pela defesa de Bolsonaro. Ao longo da semana, os advogados do ex-presidente tentaram por três vezes adiar o depoimento – mas em todos os casos tiveram o pedido rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os advogados alegaram que não tiveram acesso a todas as diligências e provas juntadas aos autos. Eles também solicitaram acesso às mídias digitais do ex-assessor da presidência Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada.

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