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SÃO PAULO – De acordo com a revista Istoé do último final de semana, o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), encaminhou no dia 29 de junho ofício à Polícia Federal apontando indícios de irregularidades nas contas apresentadas pela campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.
No documento, o relator da prestação de contas afirma que há indícios de irregularidades envolvendo uma empresa de comunicação e uma gráfica. O ministro chamou atenção para a Focal Comunicação Visual (que já esteve envolvida no caso do mensalão) e a VTPB, que receberam juntas R$ 47 milhões da campanha de reeleição da presidente. Mendes anexou ao ofício relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontando indícios de lavagem de dinheiro na movimentação da VTPB. Segundo a Istoé, as duas empresas teriam recebido dinheiro desviado da Petrobras para a empreiteira UTC.
De acordo com a revista, até agora não foi aberto nenhum inquérito sobre o tema. No material, constam notas fiscais que indicam inconsistências, duplicação de valores e interrupção na sequência de notas emitidas.
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No caso da Focal, foram emitidas duas notas fiscais sob o mesmo número para campanhas diferentes. A VTPB disse ter terceirizado à gráfica Ultraprint quase a totalidade do material de propaganda para a reeleição, mas a Ultraprint também foi contratada diretamente pela campanha. As duas empresas são suspeitas de servir para lavagem de dinheiro.
As empresas, suspeitas de servir de fachada, garantem que prestaram os serviços pelos quais foram contratadas, enquanto a campanha de Dilma afirma que as doações foram legais e nega ter recebido dinheiro ilícito.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, os técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) preparam um cruzamento dos dados da prestação de contas da campanha da presidente Dilma Rousseff de 2014 com os gastos do Palácio do Planalto com viagens e eventos no período eleitoral.
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A avaliação dos dados será feita de forma conjunta com os depoimentos de delatores do esquema de corrupção da Petrobras no pedido de cassação feito pela oposição contra a petista e o vice Michel Temer.
O PSDB e a Coligação Muda Brasil protocolaram em dezembro a cassação do registro de candidatura e da diplomação da presidente Dilma Rousseff e do seu vice, Michel Temer, citando casos de utilização da máquina administrativa e abuso do poder econômico cometidos pela campanha petista.
O argumento usado pela Coligação que ficou em segundo lugar na campanha presidencial para pedir a declaração de inelegibilidade de Dilma é de que as campanhas do seu partido teriam sido financiadas com dinheiro de corrupção, ilegitimando a reeleição da presidente.
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O partido diz que Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, afirmou ao MPF (Ministério Público Federal), em delação premiada, que a campanha de Dilma para a Presidência, em 2010, recebeu recursos de desvios cometidos na Petrobras.
Já foram ouvidos o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Herton Araújo e, na quarta-feira, será a vez do dono da UTC, Ricardo Pessoa, prestar depoimento. Pessoa disse, em seu acordo de delação premiada, que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em negócios com a Petrobras. O montante foi declarado à Justiça Eleitoral.
Ministros do TSE ouvidos pela Folha passaram a defender cautela na apuração do caso e demonstraram irritação com as especulações sobre a tendência dos votos.
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