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SÃO PAULO – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes acusou nesta terça-feira (21) a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal por terem supostamente vazado informações das operações Lava Jato, principalmente os nomes da chamada “lista de Janot”, com os nomes de pedido de investigação sobre a delação premiada dos executivos da Odebrecht.
Segundo Mendes, a divulgação de dados sob sigilo é uma “forma de chantagem implícita ou explícita”. “É uma desmoralização da autoridade pública”, disse durante sessão da 2ª turma da Corte.
O ministro citou o artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, no último domingo. De acordo com o jornal, a procuradoria enviou os pedidos em segredo ao Supremo, mas divulgou extraoficialmente os nomes dos investigados para alguns veículos de comunicação.
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“Tenho que a Procuradoria-Geral da República tem que prestar a este Tribunal as explicações sobre esses fatos. Não haverá justiça com procedimentos à margem da lei. As investigações devem ter por objetivo produzir provas e não entreter a opinião pública ou demonstrar autoridade. Quem quiser cavalgar escândalo porque está investido de poder de investigação, está abusando de seu poder”, disse o ministro.
Após a crítica de Gilmar Mendes, a subprocuradora da República, Ela Wiecko, pediu a palavra e disse que o “momento que estamos vivendo está colocando à vista” defeitos em todas as instituições, inclusive do próprio Supremo.
“O que me chama muita a atenção é o poder da mídia. A mídia estabelece o momento, eles fazem investigação, eles têm acesso, não sei como, há muitas informações. Eles estabelecem um momento em que colocam essa notícias a público. Essa sua insatisfação deve ser compartilhada com todas as instituições, inclusive a mídia”, rebateu a procuradora.
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(Com Agência Brasil)
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