Gestor define preço de algumas ações brasileiras como “irracional”

"Entendemos como desconectados de uma racionalidade econômica ações de empresas saudáveis sendo negociadas abaixo do seu valor patrimonial", diz a Petra Asset

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Os preços dos ativos brasileiros incorporam um grande componente da frustração com o país e em alguns casos já beiram a irracionalidade. A opinião é da equipe de gestão da Petra Asset.

“Não entendemos que a situação creditícia do país justifique que os títulos públicos paguem juros reais de mais de 6% como estamos vendo. Da mesma forma, acreditamos ser exagerado o ganho real de 7,5% dos ativos de crédito privado praticados atualmente. E ainda, entendemos como desconectados de uma racionalidade econômica ações de empresas saudáveis sendo negociadas abaixo do seu valor patrimonial, ou companhias inteiras sendo transacionadas pelo valor de seu caixa. Significa dizer que mudanças, ou mesmo perspectiva de mudanças na condução da política econômica brasileira tendem a gerar recomposições importantes no preço dos nossos ativos”, disse a equipe da Petra, em relatório de perspectivas enviado a investidores recentemente.

Para eles, 2014 promete trazer muitos desafios para os investidores e a equipe definiu uma estratégia para encarar este ano. “Dividimos o ano de 2014 em dois. Acreditamos que na primeira metade do ano teremos um ambiente bastante favorável a construção de posições. O fluxo de notícias desfavorável domesticamente e a continuidade do movimentos de retirada dos estímulos nos EUA serão combustível para que o mau humor em relação ao país prevaleça. Com isso, os ativos domésticos seguirão sendo negociados com descontos interessantes permitindo a montagem ou expansão de carteiras com elevada margem de segurança”, acredita a equipe.

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Já a partir do segundo semestre, com a proximidade das eleições, a Petra acredita que as perspectivas em relação ao país comecem a mudar, à medida em que os candidatos se mostrem comprometidos com ajustes na política econômica. “Vemos o debate eleitoral contribuindo de forma relevante com a redução prêmio pela indisposição com o pais, favorecendo a recomposição de preços dos ativos domésticos. Será o momento para se auferir os ganhos como as posições montadas no primeiro semestre”, acreditam os profissionais.

Dividendos e FIDC
Na opinião da equipe, neste cenário, as ações do fundo de dividendos podem se beneficiar. Para eles, o conservadorismo das empresas em relação a investimentos e a tomada de dívidas levará a uma distribuição maior de lucro aos acionistas. “Como as ações estão depreciadas, a remuneração em dividendos por real investido será mais relevante”, acreditam. “O fundo de dividendos será um veículo interessante pois os dividendos em si servirão para amenizar a volatilidade no momento mais nervoso do ano”, continuam os gestores.

Já em relação aos ativos de renda fixa, o gestor ressalta a opção pelo fundo de crédito privado, que tem foco em FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios). “[é um] Caminho para que o investidor aproveite as altas taxas de juros sem precisar sofrer com a volatilidade que seguirá existindo”, aponta.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip