Genial/Quaest: Lula tem 48% dos votos no segundo turno, e Bolsonaro, 42%

Entre os chamados "likely voters", ou seja, eleitores com maior propensão a votar, Lula aparece com 52,1% dos votos válidos contra 47,9% de Bolsonaro

Marcos Mortari

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A quatro dias do segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo Palácio do Planalto. É o que mostra pesquisa realizada pela Quaest, por encomenda da Genial Investimentos, divulgada nesta quarta-feira (26).

Segundo o levantamento, Lula tem 48% das intenções de voto totais − oscilação positiva de 1 ponto percentual em relação à semana passada. Já Bolsonaro aparece com 42% − mesmo patamar da última pesquisa. Outros 5% dos entrevistados indicam voto em branco ou nulo, mesma marca dos indecisos. Os movimentos ocorreram dentro da margem de erro estimada, que é de 2 p.p. para cima ou para baixo.

A pesquisa mostra que Lula vai melhor entre as mulheres (50% a 40%), eleitores das três faixas etárias selecionadas − de 16 a 34 anos (48% a 42%), de 35 a 59 anos (47% a 43%) e 60 anos ou mais (51% a 36%) −, com nível de escolaridade até o Ensino Fundamental (55% a 35%), renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (55% a 35%), religião católica (54% a 37%), das cores parda (56% a 36%), preta (59% a 30%) e outras (55% a 33%), e da região Nordeste (69% a 23%).

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Já Bolsonaro aparece à frente entre eleitores com Ensino Superior (50% a 41%), renda familiar mensal de 2 a 5 salários mínimos (51% a 40%) e acima de 5 salários mínimos (46% a 44%), religião evangélica (61% a 31%), cor branca (53% a 35%), e das regiões Sudeste (46% a 43%), Sul (61% a 29%), Centro-Oeste (51% a 39%) e Norte (47% a 43%).

A Quaest realizou 2.000 entrevistas face-a-face, através da aplicação de questionários estruturados, em 120 municípios, entre os dias 23 e 25 de outubro − portanto, capturou impactos dos episódios envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que insultou a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu a tiros de fuzil agentes da Polícia Federal e foi preso no último domingo (23). O político era aliado de primeira hora de Bolsonaro, que agora tenta se afastar.

Quando os dados são ponderados em relação ao grupo de eleitores com maior probabilidade de comparecer no dia da votação (modelo chamado de “likely voter”), Lula aparece com 52,1% dos votos válidos contra 47,9% de Bolsonaro, segundo a Quaest. Na semana passada, por esse modelo, o placar estava em 52,8% a 47,2%.

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Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, esse tipo de modelo já é utilizado por institutos de pesquisa norte-americanos há bastante tempo, de modo a aproximar os levantamentos ao que deve sair do resultado das urnas − embora valha ressaltar que pesquisas não têm por missão fazer prognósticos, mas apenas mostrar a fotografia do momento da disputa e indicar tendências.

Depois dos resultados oficiais do primeiro turno, os institutos de pesquisa têm sido alvo de críticas, especialmente de Bolsonaro e aliados, por terem subestimado os números do candidato à reeleição na primeira votação. Mas o histórico mostra que normalmente os institutos têm maior convergência com as urnas no segundo turno, quando os movimentos de “voto estratégico” são mais limitados e as abstenções mais fáceis de serem estimadas.

Por regiões, no modelo “likely voter”, Lula segue com uma larga vantagem no Nordeste (69,9% a 30,1%), enquanto Bolsonaro tem grandes frentes no Sul (60,2% a 39,8%) e no Centro-Oeste (58,6% a 41,4%). No Sudeste, maior colégio eleitoral do país, Bolsonaro também lidera: 53,2% a 46,8%. Nessa região, o presidente oscilou 1 ponto para cima, enquanto o petista oscilou 1 ponto para baixo. Na região Norte, os dois estão praticamente empatados: Lula tem 50,2% e Bolsonaro soma 49,8%.

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Rejeição

O levantamento também mostra que 92% dos eleitores de Lula disseram que seu voto é definitivo, ante 94% uma semana atrás. No caso de Bolsonaro, essa definição está em 94%, ante 97%.

No tópico rejeição, 49% disseram que não votariam em Bolsonaro, ante 46% na semana passada, enquanto 43% disseram que não votariam em Lula, a mesma taxa da pesquisa anterior.

A pesquisa apontou que 40% dos entrevistados avaliam o governo Bolsonaro de forma negativa, ante 39% no levantamento anterior, ao passo que 35% o veem positivamente, ante 36% antes. Para 23% o governo é regular, mesma patamar de uma semana atrás.

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A Quaest realizou 2.000 entrevistas face-a-face entre os dias 23 e 25 de outubro. A margem de erro estimada para a pesquisa é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, considerando um nível de confiança de 95%. O levantamento está registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o código BR-00470/2022.

(com Reuters)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.