Fux ajuda a mostrar imparcialidade do STF e pode aliviar tarifa, diz ministro de Lula

Para Paulo Teixeira, divergência no julgamento de Bolsonaro enfraquece discurso de perseguição e cria caminho para rever sobretaxa imposta por Trump

Marina Verenicz

Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), avaliou nesta quinta-feira (11) que o voto do ministro Luiz Fux a favor da absolvição de Jair Bolsonaro no julgamento da tentativa de golpe de 2022, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), pode ajudar a reduzir a tensão comercial com os Estados Unidos.

Para Teixeira, a manifestação divergente de Fux reforça a imagem de imparcialidade da Suprema Corte brasileira, minando o argumento do presidente americano Donald Trump de que Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguição política. O republicano tem usado essa justificativa para manter a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

“A decisão do ministro Fux mostra que o julgamento é técnico, e não ideológico. Isso ajuda a enfraquecer a tese de perseguição e pode abrir espaço para a retomada do diálogo com os EUA”, disse o ministro durante cerimônia da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Brasília.

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Caminho para reaproximação

Apesar do voto de Fux, o cenário majoritário na 1ª Turma do STF caminha para a condenação de Bolsonaro. Ainda assim, Teixeira acredita que o encerramento do processo e a definição da pena dos envolvidos na tentativa de ruptura democrática podem marcar um ponto de virada nas relações com Washington.

“Com o fim do julgamento, podemos voltar a discutir com racionalidade. Os EUA têm interesse nos nossos produtos, e os consumidores americanos estão sendo penalizados com preços altos. Não é do interesse de ninguém manter esse conflito”, afirmou.

Alívio tarifário

Teixeira disse ainda que produtos como carne bovina, frutas e café estão entre os principais candidatos a uma eventual flexibilização das tarifas. Segundo ele, os custos elevados para os consumidores americanos já estão provocando pressão interna para rever as medidas adotadas por Trump.

“Os americanos estão pagando mais caro por alimentos essenciais por causa do tarifaço. Isso não se sustenta por muito tempo, e o Brasil está pronto para retomar esse comércio”, afirmou o ministro.