Fundos de ações da CSHG têm empresas ‘protegidas contra mudanças políticas’

O Credit Suisse Hedging-Griffo, em sua carta mensal, deu destaque para as companhias de distribuição de combustíveis, de educação, além da Arteris e da Equatorial

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A Credit Suisse Hedging-Griffo divulgou a sua carta mensal com uma estratégia de alocação que irá proteger os investidores das eleições presidenciais, que, mesmo ainda distantes, estão tornando o mercado brasileiro bastante volátil no curto prazo.

De acordo com a instituição, como não é possível adivinhar o resultado das eleições, os gestores foram muito cuidadosos na construção do portfólio, escolhendo ações que dependam menos de ideologias políticas e mais de seus próprios fundamentos. “Como diria Warren Buffett, precisamos encontrar ações que sejam rodeadas por um fosso econômico (“economic moat”) que as proteja da competição. No caso do Brasil, em períodos de eleição, esse fosso tem de ser grande o suficiente para proteger as empresas não apenas da competição, mas também de alterações políticas relevantes”, disse.

Assim, a carteira conta com várias empresas que têm esse fosso, o que as defende de mudanças de pensamento político. E, na carta deste mês, os gestores divulgaram quatro destas escolhas.

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Distribuidoras de combustíveis
Segundo os especialistas do CSHG, diferentemente do setor de fabricantes de automóveis, cuja demanda sofre muito com as mudanças nas políticas de incentivo ao setor, o setor de distribuição de combustíveis é muito mais resiliente.

Além disso, como o parque de veículos continua crescendo (pois o número de veículos vendidos é maior do que o montante de veículos desativados), a demanda por combustíveis tende a crescer a taxas acima de 5% nos próximos anos e, por fim, é um setor que ganha com muito volume e margens baixas, o que também diminui o risco de que qualquer governo tente aumentar a arrecadação fiscal nesse segmento.

Educação
De acordo com eles, o setor de educação superior foi muito beneficiado pelas políticas de incentivo criadas pelo governo, principalmente o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

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Além dos programas de incentivo, o setor também foi beneficiado no segmento de Educação à Distância (EAD), com o aperto do MEC no processo de abertura de novos polos de EAD. “Existe sim o risco de um governo de oposição mudar as regras de incentivo, seja por causa de uma ideologia diferente ou pelo aumento do risco de inadimplência, mas ainda assim não acreditamos que esse risco seja tão elevado. A ideia de incentivar e financiar os estudantes de escolas privadas é muito mais lógica e barata do que financiar o ensino público, e há boas empresas no setor. Regras mais estritas podem, inclusive, ajudá-las a se distanciar da concorrência”, completou.

Arteris (ARTR3)
Alguns anos atrás, a Arteris (antiga OHL Brasil) era uma concessionária agressiva em suas ofertas nos leilões e tinha o objetivo claro de expandir seu portfólio para além de rodovias. No entanto, depois da mudança em seu controle, a atual administração passou a buscar excelência na gestão de seus ativos (rodovias), com foco total em atender a demanda dos contratos de concessão, acelerar a execução dos investimentos eliminando gargalos nas rodovias brasileiras e controlar custos de forma inteligente.

Como a gestora não acredita que a empresa voltará a ser agressiva nas concorrências por novas concessões, ela conclui que o único risco político seria uma mudança, pelo futuro governo, nas regras dos contratos de concessão. “Consideramos esse risco muito baixo, pois destruiria a credibilidade do País para atrair novos investidores em infraestrutura, e este é um tema importante para qualquer governo”, afirmou.

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Equatorial (EQTL3)
A Equatorial, além de ser muito resiliente a flutuações macroeconômicas (dada a revisão tarifária a cada quatro anos, o que permite ao investidor receber uma remuneração justa pelo investimento), atua basicamente no segmento de distribuição de energia elétrica (mais de 90% de seu negócio), segmento este que possui uma dinâmica muito diferente daquela do segmento de geração de energia e que está, portanto, muito distante de sofrer um ajuste negativo na remuneração recebida pela operação dos ativos, da forma como ocorreu no segmento de geração.

Além disso, é uma das empresas mais eficientes do setor e recentemente adquiriu o controle da Celpa (distribuidora do Pará). A Celpa enfrentava grandes dificuldades financeiras e operacionais, o que afetava a qualidade do serviço e trazia preocupações para o governo federal.

A Equatorial é uma das empresas que ajudará o governo a sanear empresas em péssima situação financeira e a melhorara percepção de qualidade desse serviço, dado que já possui um histórico bastante favorável, como no caso da Cemar (distribuidora do Maranhão), e pode inclusive repeti-lo futuramente em alguma(s) distribuidora(s) do Sistema Eletrobras. “Acreditamos, portanto, que a Equatorial está blindada nessas próximas eleições”, finalizou.

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