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SÃO PAULO – “A humilhante derrota do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo já era ruim o suficiente, mas agora parece que a economia do país também pode estar caminhando para uma outra derrota esmagadora da mesma forma”, aponta o Financial Times. E os motivos para isso são que, embora a inflação anual esteja subindo para 7% a maioria dos economistas prevê um crescimento do PIB este ano, de pouco mais de 1%, fazendo assim a brincadeira dos 7 a 1 a que se refere o Financial Times no título da reportagem: “Brazil’s economy: another 7-1 defeat?”
O blog do jornal, Beyond Brics, destaca que diante deste “cenário sombrio”, o Banco Central não terá muita escolha a não ser não fazer absolutamente nada na reunião de hoje sobre a taxa de juros. “Embora a atividade econômica tenha desacelerado acentuadamente e provavelmente vamos ver um crescimento negativo do PIB para o segundo trimestre de 2014, a inflação em 12 meses superou o teto da meta de 6,50% da faixa de tolerância da meta de inflação e permanecerá acima deste patamar em 6,50% pelo menos até dezembro, de acordo com nossas estimativas, destaca o economista José Faria, do Deutsche Bank.
Assim, o dilema está entre o que é pior: um crescimento de 1% ou deixar a inflação superar os quase 7%? E, com as eleições presidenciais se aproximando em outubro, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o PT vão se preocupar com a inflação mais do que nunca.
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O aumento dos preços prejudicam os mais pobres, que são os maiores eleitores do PT e pode ainda trazer de volta as memórias dolorosas para as gerações mais antigas dos dias negros do país em tempos de hiperinflação na década de 1980 e 1990, ressalta o blog do jornal. No entanto, enquanto a inflação global ficou em 6,52% em doze meses em junho, os preços dos alimentos estão apresentando uma desaceleração, pondera o blog.
Guido Mantega, ministro da Fazenda, no mês passado, estimou que o preço de 35 dos produtos mais populares nos supermercados, que respondem por 80% das vendas do setor, cresceu apenas 4,23% nos últimos 12 meses.
Por outro lado, o baixo crescimento também é perigoso em um ano eleitoral, afirma o blog. Enquanto os líderes do Brasil estão se ocupando na cúpula dos Brics junto com outros mercados emergentes, o País não vai crescer mais nem mesmo do que muitos desenvolvidos este ano.
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Além disso, alguns economistas já começam a falar sobre a possibilidade de uma recessão técnica em 2014. Para os candidatos de oposição do país, isso pode ser um ‘gol’ que eles estavam esperando do PT – “tudo que eles precisam para conquistar os eleitores em um cenário que está se definindo para ser a eleição presidencial mais ardentemente disputada do país em 25 anos”.