Fraude na merenda: governo de SP cancelou contrato para forçar propina, diz delator

Ex-dirigente de uma cooperativa investigada em um esquema de fraude em merenda escolar afirmou ao MP que a Secretaria da Educação de Alckmin cancelou um contrato com a entidade para pressioná-lo a pagar propina

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Segundo informações da Folha de S. Paulo, o ex-presidente da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) Cássio Chebabi, que fechou acordo de delação premiada, afirmou que o governo de São Paulo cancelou contrato para forçar propina no esquema de fraude de merenda escolar. 

De acordo com ele, a entidade venceu em 2013 uma chamada pública –sem licitação, como autoriza a lei em caso de agricultura familiar– para fornecer cerca de R$ 8 milhões em suco de laranja para merenda da rede estadual. Porém, após o início da produção da encomenda, a maior que o Coaf tinha,  o governo cancelou o contrato, trazendo prejuízos à cooperativa, que precisou gastar para congelar a matéria-prima.

O delator afirmou que foi aí que um dos operadores do esquema, Marcel Ferreira Julio, disse ser ligado ao deputado Fernando Capez (PSDB), hoje presidente da Assembleia Legislativa, e ter poder de destravar o contrato. Era necessário fazer um acordo e pagar um percentual, o que Chebabi aceitou. À Folha, Capez negou envolvimento com o esquema. 

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A Secretaria da Educação confirmou à Folha ter cancelado a chamada pública em setembro de 2013 e que fez uma nova no ano seguinte, vencida novamente pela Coaf (R$ 8,5 milhões) junto com a Coagrosol (R$ 3,6 milhões). Sem explicar motivos do cancelamento da primeira chamada, a pasta disse que o segundo contrato foi mais vantajoso.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.