Foto com Léo Pinheiro e documentos contrariam versão de Lula dada a Moro

Lula admitiu que teve reunião com o ex-presidente da OAS, mas que ela aconteceu em São Bernardo do Campo; já MPF reuniu agendas de reunião com diretores da Petrobras

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Documentos e uma foto anexada ao processo em que a Operação Lava Jato que investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontam contradições do petista em relação ao depoimento concedido por ele no último dia 10 para o juiz Sérgio Moro. 

Conforme informa o jornal O Globo, uma foto em que  Lula aparece ao lado do então presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, foi anexada às investigações da Operação. A PF investiga a propriedade do sítio em Atibaia e o Ministério Público Federal vê indícios de que o sítio pertence ao ex-presidente. Segundo a Polícia Federal, a foto comprova a relação de Lula com o empreiteiro, acusado de realizar o pagamento de propinas para se beneficiar de obras na Petrobras.

Em depoimento a Moro, Lula admitiu que se encontrou com o ex-presidente da OAS, para tratar de obras na cozinha do sítio, mas que a reunião aconteceu em seu apartamento, em São Bernardo do Campo. Ainda segundo a PF, no mesmo dia em que a foto foi tirada, Lula teria se reunido, também no sítio, com o ex-diretor da OAS, Paulo Gordilho.

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Segundo o jornal, as obras no sítio de Atibaia não são investigadas no processo ao qual o documento foi anexado. Mas de acordo com investigações da força-tarefa, o sítio, que está no nome de dois sócios de Fábio Luís, um dos filhos de Lula, foi reformado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht para o ex-presidente Lula, que seria o real proprietário do imóvel.

Já ontem à noite, a Folha de S. Paulo informou que procuradores da Lava Jato protocolaram documentos no processo sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que contradizem declaração dada por Lula a Moro.

Lula disse que desconhecia ilegalidades na estatal e afirmou que um presidente da República “não tem reunião específica com diretor” da Petrobras, mencionando duas exceções durante seu governo. 

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Porém, entre 2003 e 2010, foram pelo menos 27 encontros para discutir projetos da estatal, dentro e fora do Brasil – em média, três reuniões por ano, de acordo com agendas anexadas ao processo pelo MPF. Os encontros  incluíam Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Jorge Zelada –todos já condenados em processos da operação. Também aparecem compromissos de Lula com outros ex-diretores da estatal, como Graça Foster e Guilherme Estrella. 

“Nos oito anos que eu fiquei na Presidência da República, a gente não tem reunião com a diretoria da Petrobras. Eu em oito anos tive dois momentos: quando nós descobrimos o pré-sal para discutir o plano estratégico e para decidir, sabe, que a gente não ia fazer leilão do pré-sal. Era até em uma viagem que eu ia para a Argentina”, disse Lula a Moro no último dia 10, quando questionado a respeito de Duque, que ocupou a diretoria de Serviços da estatal.

Os documentos foram fornecidos pela própria Petrobras, que é assistente da acusação no processo.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.