Forbes diz que Brasil “dá um passo para frente e outro para trás” e dá sugestão para governo atingir meta

Dados de emprego melhoraram, mas a volta da informalidade é uma dor de cabeça para o governo, também por conta da dificuldade de arrecadação

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se a avaliação de muitos economistas é de que os dados da economia brasileira apontam que o pior ficou para trás, após uma forte recessão econômica, outros têm uma avaliação um tanto diferente (e mais pessimista) sobre os dados. 

Em matéria desta segunda-feira, o colunista da Forbes Kenneth Rapoza, ao comentar sobre os últimos dados de emprego, destacou que o Brasil dá um passo para frente e um passo para trás sobre o assunto. 

“O Brasil está passando por uma reversão de fortunas. A pobreza está em ascensão, os rendimentos estão caindo,e a dor de cabeça antiga dos governos em toda a América Latina, a informalidade, retornou à economia brasileira”, aponta o colunista, destacando os dados da PNAD contínua apontando para o recuo do desemprego, em meio ao aumento do “trabalho independente”.

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Rapoza ressalta que a economia formal brasileira começou a ganhar forças no começo dos anos 2000, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, político atualmente implicado na Operação Lava Jato. 

Outros problemas ressaltados pelo colunista é que, apesar do aumento do ganho real, os salários médios têm estacionado. O rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.104 no trimestre de abril a junho de 2017, mostrando estabilidade tanto frente ao trimestre de janeiro / março de 2017 (R$ 2.125) quanto em relação ao mesmo trimestre de 2016 (R$ 2.043). Além disso, mesmo com a queda na comparação trimestral, o contingente de pessoas sem ocupação no Brasil registrou alta de 16,3% na comparação anual. 

Segundo ressalta Rapoza, outro problema da economia informal é sobre a cobrança de impostos. “O governo do Brasil não está recebendo o suficiente e não atingirá seus objetivos de déficit orçamentário para o ano”, ressalta a publicação, que aponta todas as polêmicas sobre a revisão ou não da meta fiscal, atualmente em um déficit de R$ 139 bilhões para este ano.

“Para aumentar o limite da dívida, Temer terá que solicitar a aprovação do Congresso. A mudança será aprovada, mas isso faz o governo atual se assemelhar muito mais aos seus antigos parceiros do PT que lutaram para manter os déficits”, aponta o colunista. Assim, o governo espera manter a meta baseando-se em receitas extraordinárias, como de leilões de campo de petróleo e de energia ainda este ano.

Porém, Rapoza aponta para outra possível solução: “uma maneira do governo atingir seu alvo seria não desperdiçar dinheiro de empresas estatais, como a Petrobras, que tem sido usada como ‘cofrinho’ de vários partidos por décadas. Esse é o dinheiro que poderia ter sido usado de uma maneira melhor do que para casas de verão e contas bancárias suíças para um punhado de políticos”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.